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| - “Vamos falar dos carros da TAP? Estes são os usados pelas equipas de pista (e não só). Algumas carrinhas têm mais de 30 anos. Quando digo que o problema da TAP são as chefias mais altas, já percebem porquê? Mas há mais”. O texto do tweet contextualiza o vídeo, entretanto partilhado viralmente, entre o Twitter e o Facebook, passando também pelo WhatsApp onde começou a ser difundido originalmente.
Nas imagens parece ser evidente o mau estado do interior de um veículo, onde até caem pingos de chuva – a partir do tecto enferrujado – durante a gravação.
O Polígrafo tentou confirmar a autenticidade do vídeo e obter informações sobre se, eventualmente, haveria até mais viaturas da TAP em estado tão precário. Será que se trata mesmo de um veículo de serviço da companhia aérea de bandeira portuguesa?
Após contacto com várias pessoas ligadas ao meio, o Polígrafo confirmou que as imagens são verdadeiras. Conseguiu até um vídeo da mesma viatura, mas num dia de Sol e filmado na perspetiva do exterior para o interior.
Esta carrinha pertence ao setor de manutenção da TAP, está ativa e é utilizada para fazer o transporte de materiais – e dos respetivos técnicos que com eles operam – entre o hangar e a pista (para dar assistência aos aviões) ou entre hangares. Como ironia sobre o episódio do contrato de aluguer em regime de “renting operacional” – depois cancelado, ou protelado – de uma frota de 79 automóveis de marca BMW destinados às chefias da empresa, ocorrido na primeira semana de outubro, foi colocado um símbolo da marca alemã no local do da marca original – a japonesa Toyota.
Outro vídeo que chegou à redação do Polígrafo mostra um veículo de marca e características diferentes (sem caixa aberta), mas igualmente utilizado pelas equipas de manutenção da TAP e em estado tão degradado como o da filmagem colocada no Twitter.
O Polígrafo contactou o Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) para saber se a situação retratada nestas gravações é ou não generalizada. Pedro Figueiredo, membro da direção, afirmou que “é notório e evidente que é preciso um investimento na renovação dos equipamentos com que trabalham as equipas de manutenção“. O sindicalista estima que “30 a 40 por cento da frota daquele setor precise de ser substituída“, sendo que deste contingente já obsoleto “cerca de metade deveria deixar de ser usado de imediato“.
Em suma, é autêntico e atual o vídeo que mostra uma carrinha da TAP com o seu habitáculo bastante degradado, através do qual até se infiltra água da chuva.
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Avaliação do Polígrafo:
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