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| - Desde a entrada em vigor do certificado digital de vacinação da Covid-19 em Itália que os protestos se têm multiplicado pelo país. Nas últimas semanas, tornou-se viral um vídeo onde um comandante da polícia italiana aparentemente recusa executar as ordens governamentais de retaliação contra os manifestantes e chega a atirar o seu capacete para cima de uma viatura policial.
O post, partilhado a 19 de outubro, conta com mais de seis mil visualizações no Facebook. No texto afirma-se que o “chefe da brigada policial fica indignado com a ordem do governo e se recusa a atacar pessoas desarmadas”, gritando “não posso contra o meu povo”.
O vídeo é recente e está relacionado com os protestos contra o certificado digital?
Não. O vídeo original foi filmado durante uma manifestação estudantil em Bolonha que ocorreu no dia 15 de fevereiro de 2013.
A notícia do jornal “Il Fatto Quotidiano” que partilhou o vídeo original descreve que, na altura, estudantes e manifestantes sindicais ocuparam as ruas da cidade em protesto contra as eleições legislativas de fevereiro de 2013.
Estes protestos resultaram em confrontos entre os manifestantes e a polícia italiana, motivo que levou o comandante da polícia a revoltar-se contra a exaltação dos manifestantes que estavam a atirar pedras, garrafas de água e ovos contra as forças policiais. Nesse momento, o polícia foi filmado a dizer: “Não dá para trabalhar assim. Pára, pára! Assim não há condições para trabalhar.”
Em suma, não é verdade que um comandante da polícia italiana se tenha recusado a carregar contra os manifestantes. O vídeo partilhado nas redes sociais foi retirado do seu contexto real e apresentado de forma a parecer que está relacionado com as manifestações que têm ocorrido nos últimos tempos em Itália.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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