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| - “No Chega Vila Real exigimos já a demissão da Cristina Rodrigues do Chega. Ela vai contra tudo aquilo em que acreditamos e só está lá pelo dinheiro. Há muita gente no Chega formada e em boas universidades e que não se importava de ter um trabalho a ajudar o Chega. Mas decidiram escolhê-la a ela”, destaca-se numa publicação, no Facebook, datada de 12 de abril.
No longo texto, critica-se o vegetarianismo da nova assessora e a sua posição contra os espetáculos tauromáquicos. E acrescenta-se: “E depois há estas ilegalidades que ela cometeu no PAN. Quem nos garante que ela não faz o mesmo e rouba e-mails ao André Ventura para o envergonhar em público? Às vezes, as pessoas no dia a dia falam demais e dizem coisas sem pensar muito e está lá a Cristina Rodrigues a ouvir e a anotar tudo para depois vir dizer publicamente por exemplo que o André Ventura diz coisas que não deve ou faz comentários pouco apropriados sobre certas e determinadas situações. É como ter lá um espião inimigo para nos humilhar.”
“E depois há estas ilegalidades que ela cometeu no PAN. Quem nos garante que ela não faz o mesmo e rouba e-mails ao André Ventura para o envergonhar em público?
A referência ao “roubo de e-mails”, está relacionada com o “apagão informático”, sofrido pelo PAN, em agosto 2020, do qual resultou a eliminação de e-mails trocados entre os dirigentes do partido. Na altura, o PAN apresentou uma queixa-crime “contra desconhecidos”. O ano passado, em novembro, o PAN revelou que a “autoria dos atos de sabotagem informática perpetrados” foi alegadamente atribuída à deputada não inscrita, Cristina Rodrigues (que deixou o partido em junho de 2020).
Cristina Rodrigues negou todas as acusações e sugeriu que a acusação era uma tentativa de vingança face aos comentários feitos por si sobre o caso em que a deputada Inês Sousa Real se tinha visto envolvida naquela mesma semana. Sousa Real foi acusada de ser proprietária das empresas de produção agrícola que, segundo denúncias, estariam a praticar formas de agricultura intensiva, com recurso a estufas e embalagens de plástico, na produção de frutos vermelhos.
Será que a publicação em análise foi mesmo publicada por uma conta da distrital do Chega de Vila Real?
O post foi divulgado na conta de Facebook “Chega Vila Real“, que se apresenta enquanto uma “página não oficial e de apoio incondicional do Chega Vila Real, feita por militantes dedicados”.
Esta não é a primeira vez que a página referida está envolta em polémica. Em agosto do ano passado, a mesma página publicou um texto a insinuar que André Ventura poderia ser envenenado por “funcionários do Governo socialista” assim que recebesse a vacina contra a Covid-19. Na altura, tanto a estrutura local, que dirige a distrital do Chega em Vila Real, como a direção do Chega desmentiram que esta fosse uma página oficial do Chega e garantiram que não estava a ser gerida por dirigentes do partido.
Em agosto de 2021, o “Observador” apurou que a página já existia desde março de 2019. Ao jornal, o Chega garantiu não ter conhecimento do teor das publicações ou da atividade desenvolvida pela página. Contactada pelo Polígrafo sobre a nova publicação em que é exigida a demissão de Cristina Rodrigues do cargo de assessora parlamentar, fonte oficial do partido liderado por André Ventura garante, mais uma vez, que esta é uma página falsa, “que nada tem a ver com o Chega”.
Contactada pelo Polígrafo sobre a nova publicação em que é exigida a demissão de Cristina Rodrigues do cargo de assessora parlamentar, fonte oficial do partido liderado por André Ventura garante, mais uma vez, que esta é uma página falsa, “que nada tem a ver com o Chega”.
Na página oficial da distrital do Chega de Vila Real, confirmada enquanto tal pela direção nacional do Chega, já foi deixado um comunicado em que se apela à denúncia da conta “falsa”, onde a publicação sobre a ex-deputada do PAN foi publicada.
“Caros militantes e simpatizantes do Partido Chega, o Chega Vila Real vem comunicar que existe uma página do Facebook ativa a tentar denegrir o Partido, fazendo-se passar pela Distrital do Partido. Não temos nenhuma ligação com essa página, não é a oficial e por esse motivo pedimos a todos que ajudem a denunciar a página infra para que possamos de alguma maneira pôr fim a essa situação”, lê-se no apelo.
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Apesar de a publicação e página em análise não fazerem parte das comunicações oficiais do partido, muitas foram as vozes de militantes do partido que se levantaram contra a nova contratação. A escolha de Cristina Rodrigues para o gabinete parlamentar do Chega acabou por gerar uma série de desfiliações e demissões de cargos do partido.
Segundo o “Observador“, João Lynce, eleito pelo Chega para a Assembleia da União de Freguesias de Santarém, confirmou ao jornal que iria deixar o partido e o cargo por se sentir “indignado” e “defraudado”. Lynce admitiu ainda que Pedro dos Santos Frazão, deputado à Assembleia da República eleito por Santarém, foi “outra grande “desilusão” por não se ter colocado do lado da população de Santarém neste momento.
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Avaliação do Polígrafo:
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