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| - A publicação em causa sugere que os carros elétricos ficam sem bateria ao fim de três horas, colocando em causa situações de trânsito, por exemplo, em que um veículo poderia ficar sem a capacidade de andar após algum tempo parado por necessidade. Contudo, não pode ser analisado desta forma. Claro que um carro elétrico pode ficar sem bateria numa situação extrema, mas isso depende de muitos fatores, nomeadamente da percentagem de bateria disponível em determinado momento. Aliás, pode acontecer o mesmo a um carro tradicional que fique sem combustível.
A organização alemã Allgemeine Deutsche Automobil-Club (ADAC) fez, há menos de um ano, um estudo exatamente sobre este facto, baseado num Renault Zoe e num Volkswagen e-UP, ambos testados em condições de Inverno com o intuito de agravar ainda mais a situação. Nas conclusões pode ler-se que “o carro poderia aguentar cerca de 17 horas com a bateria de 52 quilowatts/hora do Zoe e 15 horas com os 32,3 quilowatts/hora do e-UP”.
Mais do que isso, os investigadores especificam que, durante um engarrafamento, por exemplo, os carros elétricos podem estar com o aquecimento a funcionar durante “várias horas em temperaturas confortáveis sem qualquer problema”, mesmo que se trate de um momento de “frio extremo”. O estudo refere que “mesmo em condições tão rigorosas, uma bateria poderia durar cerca de 17 horas, com os 52 quilowatts-hora da bateria do Zoe, e 15 horas, com os 32,3 quilowatts-hora do e-UP”.
Apesar disso, também o estudo refere um ponto equivalente (e elementar) com os carros a combustão: um carro elétrico com pouca bateria é como um carro com pouco combustível. A diferença é que o primeiro precisa de ser carregado durante, pelo menos, largos minutos para que volte a estar minimamente funcional; ao primeiro, bastará um recipiente com gasolina ou diesel e fica imediatamente operacional.
Esta questão leva ao outro ponto da publicação do Facebook: os carros elétricos não podem ser rebocados? A maioria dos carros elétricos não tem o chamado ponto morto e, por isso, não deve ser rebocado da forma tradicional, em que as rodas são presas ao veículo da frente e o carro é arrastado. Contudo, o carro elétrico não fica parado sem solução. As assistências em viagem já estão preparadas para estes casos e a maioria tem forma de carregar os carros no próprio local, o que permite ao condutor seguir viagem sem precisar de ver o carro rebocado.
Em situações limite, em que o carregamento não seja suficiente, o carro pode ser levado para uma oficina, desde que seja em cima de outro veículo, sem ser arrastado para que não seja provocados danos.
Conclusão
Os dados disponíveis demonstram que não é verdade que os carros elétricos fiquem sem bateria apenas por estarem parados durante várias horas no trânsito. Este tipo de veículos está preparado para essas situações e a pesquisa citada refere até que é possível manter o aquecimento ligado. Contudo, claro que o nível de bateria do carro no momento em que se inicia o engarrafamento é um ponto relevante, mas isso não implica com a qualidade do veículo ou da bateria. Mais do que isso, e sendo que a publicação refere que os carros elétricos não podem ser rebocados, a verdade é que há soluções para isso: estes veículos não podem ser puxados, mas podem ser colocados em cima de um outro carro, e há opções para fazer o carregamento no local, desde que esse seja o problema.
Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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