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| - Vídeo em que Haddad fala em subir rampa com Lula não é promessa de campanha
É enganoso o vídeo em que o presidenciável Fernando Haddad (PT) afirma que vai subir a rampa em 1º de janeiro com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ele foi tirado do contexto original para parecer uma promessa de campanha do candidato petista. A gravação, que tem sido disseminada em redes sociais, no WhatsApp e em sites nos últimos dias, foi feita em agosto, antes de a candidatura de Lula ser indeferida pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Na ocasião, Haddad ainda era candidato a vice-presidente.
Para chegar ao vídeo original, o projeto Comprova pesquisou os termos “Haddad”, “rampa”, “lula”, “progressistas” e “justiça”, palavras usadas pelo presidenciável, na busca do Google. Além de links recentes tratando a história, apareceram algumas notícias do dia em que ele foi gravado: 6 de agosto de 2018. O segundo passo foi encontrar a gravação no Twitter oficial do Lula, onde ele foi divulgado.
Em algumas publicações enganosas no Instagram e no Facebook, o vídeo é acompanhado por legendas que dizem que a fala de Haddad é uma “promessa de campanha”. O vídeo original, porém, tem 58 segundos, 25 a mais do que esta versão que vem sendo compartilhada.
O trecho suprimido daria indícios, a quem assistisse, de que a declaração de Haddad fora feita em outro contexto. "Acabamos de montar as coligações em torno da candidatura do Lula, já temos Pros e PCdoB conosco, PCO apoiando, chapa montada, vai a registro amanhã, aí nós vamos, dia 15, levar pro TSE, e eu tenho certeza que o povo brasileiro vai estar cada vez mais engajado na campanha", diz Haddad antes de mencionar a rampa presidencial.
A gravação original foi feita e postada no dia 6 de agosto, dois dias após o PT definir a candidatura de Lula em convenção partidária. O TSE só confirmou a inelegibilidade de Lula no dia 31 de agosto, e Haddad só assumiu o posto no dia 11 de setembro.
A fala, então, não configura uma promessa de campanha, mas um a “torcida” para que a candidatura de Lula fosse deferida, o que não aconteceu. O ex-presidente está preso na Polícia Federal em Curitiba.
O vídeo cortado chegou ao WhatsApp do Comprova e de veículos parceiros, mas também foi compartilhado em sites como “Renova Mídia” e “Diário do Brasil”. No Facebook, a página do PSL Rio de Janeiro, partido do candidato Jair Bolsonaro, o vídeo teve 1,2 milhões de visualizações, além de quase 50 mil compartilhamentos. Em um perfil no Twitter, foram mais de 75 mil visualizações desde a última segunda-feira (8).
O material enganoso foi verificado pelo jornal “O Povo”, além do UOL, do “Estadão” e do “Jornal Commercio”, todos integrantes do projeto Comprova.
O Comprova é um projeto integrado por 40 veículos de imprensa brasileiros que descobre, investiga e explica informações suspeitas sobre políticas públicas, eleições presidenciais e a pandemia de covid-19 compartilhadas nas redes sociais ou por aplicativos de mensagens. Envie sua sugestão de verificação pelo WhatsApp no número 11 97045 4984.
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