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| - “Eva Joly, a ex-juíza francesa anti-corrupção, pronunciou-se sobre a forma como a justiça portuguesa tem lidado com o caso Rui Pinto. Num artigo de opinião publicado no portal Mediapart, a ex-magistrada refere que ‘Portugal precisa de atualizar a sua legislação para combater efetivamente a corrupção no futebol. Caso contrário, Portugal será simplesmente percebido como um sistema de justiça à moda antiga que protege os poderosos e corruptos e aprisiona quem fala. Líderes políticos e cidadãos portugueses, cabe a vocês agirem'”, lê-se no texto da publicação em causa.
De acordo com o mesmo texto, “Eva Joly detalha que Rui Pinto colaborou ativamente, por exemplo, com o Ministério Público Nacional de França, que até lhe deu oportunidade de se ‘candidatar ao programa de proteção a testemunhas‘. Aliás, a Signals Network, uma organização sem fins lucrativos que apoia denunciantes, incluindo Rui Pinto, estima que 35 milhões de euros em multas já foram aplicadas a infratores graças às informações reveladas pela Football Leaks’. Mas esta colaboração cessou assim que Rui Pinto foi detido. A ‘detenção em Portugal atrasa o trabalho de outros países no combate à corrupção no futebol‘, acusa”.
Vários utilizadores do Facebook denunciaram este conteúdo que está a circular nessa rede social como sendo fake news. Confirma-se?
Não. O referido artigo de opinião de Eva Joly está disponível no portal Mediapart (pode consultar aqui), tendo sido publicado no dia 7 de outubro de 2019. A tradução para a língua portuguesa e interpretação que é feita do mesmo na publicação do “Portal dos Dragões” estão corretas, sem nenhum erro ou deturpação a apontar.
Aliás, o artigo em causa da antiga magistrada foi também traduzido e publicado no jornal “Expresso” (pode consultar aqui), pouco tempo depois, no dia 11 de outubro de 2019.
“Numa altura em que a União Europeia acaba de adotar uma diretiva para melhor proteger os whistleblowers, Portugal está a seguir um caminho errado ao tratar Rui Pinto desta forma“, sublinhou Eva Joly, ex-juíza franco-norueguesa. “Enquanto Rui Pinto está preso em Portugal, procuradores de nove países – incluindo França, Bélgica, Espanha, Holanda e Reino Unido – iniciaram investigações judiciais com base nas revelações do Football Leaks“.
“De facto, a colaboração de Rui Pinto com sistemas judiciais estrangeiros parou desde que foi preso em Portugal. A sua detenção em Portugal está a atrasar o trabalho que outros países estão a fazer para combater a corrupção no futebol“, acusa. “O que está Portugal a fazer para combater a corrupção na indústria do futebol? Nada? Está Portugal a investigar a corrupção revelada pelo Football Leaks? A resposta curta é não. As autoridades portuguesas consideram que não podem utilizar as revelações do Football Leaks, considerando que essas informações foram obtidas ilegalmente”.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “verdadeiro” ou “maioritariamente verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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