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  • “Sim, é verdade, segundo recentes indicações da ONU e da OMS, as escolas devem sexualizar as crianças (promoção da pedofilia). Inclusive aos nove anos de idade devem ser apresentadas ao sexo oral. Enquanto isso tu dormes e preferes não pensar no assunto. A fatura a pagar será enorme”, alerta-se numa publicação de 14 de maio no Facebook. Remete, através de uma imagem, para o que parece ser uma “notícia” com o seguinte título: “‘As crianças devem ter parceiros sexuais’, diz a ONU.” No destaque da “notícia” lê-se que “evidências chocantes monstram como as Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde estão instruindo as escolas primárias de todo o mundo a ensinar as crianças a se masturbarem, usarem pornografia, aprenderem a fazer sexo oral e a terem relações homossexuais. A ONU instrui os professores a se certificarem de que as crianças tenham parceiros sexuais e comece a fazer sexo o mais cedo possível. Convidamos você a dar uma olhada nesse relatório e a se posicionar para proteger as crianças”. Noutra publicação, datada de 12 de maio, alega-se que “as Nações Unidas emitiram o documento ‘International Technical Guidance on Sexual Education’. É a diretriz oficial para escolas primárias em todo o mundo. Na página 17, as Nações Unidas explicam que este guia se destina a ajudar as crianças a construir relações com parceiros românticos ou sexuais”. Há mais exemplos, com ligeiras variações nas respetivas traduções a partir do original em língua inglesa. Numa publicação de 11 de maio desclassifica-se a ONU como uma “cambada de psicopatas, pedófilos, assassinos”, exibindo a imagem do título de mais uma aparente “notícia” que aponta no mesmo sentido: “‘As escolas devem equipar as crianças para terem parceiros sexuais’, dizem a ONU e a OMS.” O que está em causa? Um manual da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) que foi publicado em 2018 (pode consultar aqui), no âmbito de uma colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras agências da ONU, com o seguinte título: “International technical guidance on sexuality education: an evidence-informed approach.” Dispõe de traduções em várias línguas, inclusive a portuguesa (em 2.ª edição revista em 2019 que pode consultar aqui), adotando nessa edição o seguinte título: “Orientações técnicas internacionais de educação em sexualidade: uma abordagem baseada em evidências”. “As Orientações foram desenvolvidas para auxiliar autoridades de Educação, Saúde e outras áreas relevantes no desenvolvimento e na implementação de programas e materiais para a educação abrangente em sexualidade realizada dentro e fora da escola. É de relevância imediata para os ministros da Educação e suas equipas técnicas, incluindo formuladores de currículos, diretores e professores de escolas“, define-se na introdução do manual. Examinando o documento não encontramos qualquer referência ou sugestão de que “as escolas devem sexualizar as crianças (promoção da pedofilia)”, ou que “inclusive aos nove anos de idade devem ser apresentadas ao sexo oral”. O mesmo se aplica às supostas “evidências chocantes” que “mostram como as Nações Unidas e a Organização Mundial da Saúde estão instruindo as escolas primárias de todo o mundo a ensinar as crianças a se masturbarem, usarem pornografia, aprenderem a fazer sexo oral e a terem relações homossexuais. A ONU instrui os professores a se certificarem de que as crianças tenham parceiros sexuais e comece a fazer sexo o mais cedo possível”. Nas publicações que deturpam o conteúdo do manual – e assim propagam desinformação – aponta-se em específico para as páginas 16-17 e a citação isolada – “As escolas devem equipar as crianças para terem parceiros sexuais” – que se destaca no título da “notícia” partilhada viralmente nas redes sociais. Nesse capítulo do manual apresenta-se uma “nova definição e nova descrição da EIS [Educação Integral em Sexualidade], além de considerações essenciais para o entendimento da sua evolução”. “A EIS é um processo de ensino e aprendizagem com base num currículo sobre os aspectos cognitivos, emocionais, físicos e sociais da sexualidade. Tem por objetivo transmitir conhecimentos, habilidades, atitudes e valores a crianças, adolescentes e jovens de forma a fornecer-lhes autonomia para: garantir a própria saúde, bem-estar e dignidade; desenvolver relacionamentos sociais e sexuais de respeito; considerar como as suas escolhas afetam o bem-estar próprio e o de outras pessoas; entender e garantir a proteção de seus direitos ao longo de toda a vida”, explica-se no documento. Desde logo, no que respeita aos “relacionamentos sociais e sexuais de respeito”, importa ter em consideração a amplitude da faixa etária indicada: “crianças, adolescentes e jovens.” Posteriormente, entre uma série de características da EIS, sobressai a seguinte passagem: “Capaz de desenvolver as habilidades para a vida necessárias para apoiar escolhas saudáveis – isto inclui a capacidade de refletir e de tomar decisões informadas, comunicar e negociar com eficácia e demonstrar assertividade. Tais habilidades podem ajudar crianças e jovens a formarem relacionamentos respeitosos e saudáveis com familiares, colegas, amigos e parceiros amorosos ou sexuais.” Mais uma vez, sublinhamos amplitude da faixa etária: “crianças e jovens.” Aliás, a partir da página 71 do manual apresentam-se “objetivos de aprendizagem” no âmbito de “sexo, sexualidade e ciclo de vida sexual” que estão divididos por diferentes faixas etárias, a saber: 5 a 8 anos de idade, 9 a 12 anos, 12 a 15 anos e 15 a maiores de 18 anos. Lendo esse capítulo torna-se evidente que as recomendações de aprendizagem envolvendo “relacionamentos sexuais” ou “parceiros sexuais” são direcionadas às idades mais avançadas de 15 a maiores de 18 anos. Ou seja, não crianças, mas adolescentes e jovens. Tudo isto com um intuito pedagógico e não de promoção ou incitamento da atividade sexual. _________________________ Avaliação do Polígrafo:
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