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  • Quase sete anos depois, o verniz estalou quando, em entrevista ao programa “As Três da Manhã” da rádio Renascença, o futebolista negou a veracidade de várias afirmações de Susana Torres. Em resposta, a antiga coach de Éder publicou um vídeo de cerca de 13 minutos a acusar o jogador de ingratidão e a considerar a entrevista um “episódio lamentável e repudiante”. Mas a troca de acusações não terminou aqui. A 27 de março, o jogador publicou na sua página de Instagram um texto em que acusa Susana Torres de se aproveitar da sua história, questionando a ética de trabalho da sua antiga coach. Nesse post, Éder reitera que várias das declarações da sua antiga coach são falsas, garantindo, por exemplo, que nunca lhe ligou a chorar, e deixando uma questão: “Não chorei, mas ainda que tivesse chorado: seria legítimo da parte de um profissional de coaching fazer esse tipo de revelação acerca dos seus clientes?”. “Onde ficam a confidencialidade e ética no meio disto? Susana Torres parece achar que por termos trabalhado juntos, tem o direito de passar o resto da vida a distorcer a minha história, para dela tirar proveito”, escreve o jogador. Afinal, será ético um profissional de coaching revelar conversas privadas que teve com os seus clientes? Para responder a esta pergunta, o Viral – jornal de fact-checking editado pela mesma empresa que edita o Polígrafo – consultou o presidente do Conselho de Especialidade de Psicologia do Trabalho, Social e das Organizações da Ordem dos Psicólogos, Jaime Ferreira da Silva, e a presidente do Grupo Português de Coaching da Associação Portuguesa de Gestão de Pessoas (APG), Paula Rocha. Éder tem razão? “Coaches” não podem expor conversas privadas com os clientes? Jaime Ferreira da Silva e Paula Rocha têm a mesma visão sobre a questão: um profissional de coaching não pode revelar conversas com o cliente sem autorização do mesmo. Aliás, nas palavras de Jaime Ferreira da Silva, Susana Torres “foi contra tudo e contra todos”. Isto porque não só nomeou a pessoa a quem devia confidencialidade, como poderá ter exposto “pseudoconversas”, dado que o jogador de futebol adianta que as declarações da coach não correspondem à realidade. Para Paula Rocha, a única exceção em que as conversas entre um coach e o seu cliente poderão ser expostas é se isso for “exigido por lei e/ou por uma ordem judicial”. “A confidencialidade é parte essencial da prática de coaching, pois permite que o cliente partilhe livremente as suas experiências sem o medo de que sejam divulgadas a terceiros”, garante a coach. A presidente do Grupo Português de Coaching destaca ainda ser boa prática estabelecer acordos de confidencialidade com os clientes “no início do processo de coaching” que “descrevem as informações que serão mantidas confidenciais e as exceções à regra”. Portanto, “a quebra de confidencialidade pode prejudicar a relação de confiança entre o coach e o coachee (cliente) e comprometer a eficácia do processo de coaching”, afiança. Na visão da coach, este ponto é tão importante que na Associação Portuguesa de Gestão de Pessoas, por recomendação do Grupo Português de Coaching, está estabelecido “um código de ética internacional” que tem de ser assinado por “todos os profissionais que são associados” da APG. O que é o “coaching”? Quem pode ser “coach”? O coaching é definido pela Associação Americana de Psicologia como “a instrução e o treino especializado com o objetivo de permitir aos indivíduos adquirir ou melhorar competências particulares, como o coaching executivo ou life coaching, ou para melhorar o desempenho, como o coaching atlético ou académico”. No entanto, quando se trata de definir quem pode ser coach, não há um consenso entre os coaches psicólogos e os coaches não psicólogos, em Portugal. Por um lado, na perspetiva de Jaime Ferreira da Silva, “o coaching é um ato psicológico assente em modelos do comportamento humano”. Treina-se “competências, flexibilizam-se atitudes e mudam-se comportamentos”, através da “intervenção de um psicólogo”, garante. “É uma especialidade da psicologia”, frisa. Já na perspetiva de Paula Rocha não é preciso ser psicólogo para ser coach, basta que se possua certificações das escolas credenciadas para o efeito. “O que significa que, não havendo em Portugal entidades reguladoras, devem recorrer a entidades internacionais como a International Coach Federation (ICF), a European Mentoring and Coaching Council (EMCC) e a Association for Coaching (AC)”, acrescenta. Em relação ao coaching feito nas empresas, “nós não temos uma postura que devem ser só psicólogos a fazê-lo, porque é uma atividade que está muito escrutinada”, pondera o psicólogo. O que a Ordem dos Psicólogos critica e condena está relacionado com o chamado “life coaching ou mental coaching”. Neste ponto, Paula Rocha considera que “o coaching não deve ser confundido com a terapia, psicologia, consultoria, mentoring ou aconselhamento”. Segundo a coach, esta é “uma prática focada no presente e no futuro, reforço, com vista ao atingimento de objetivos”. Paula Rocha exemplifica: “é quando a pessoa vem dizer, por exemplo, que precisa de redirecionar a carreira, ou que foi promovida e sente que não tem competências para a função”. Assim, defende, “tudo o que tenha que ver com a área da saúde – como o stress, a ansiedade e a depressão – deve ser tratado com profissionais de saúde”. Portanto, quando os coaches não têm formação em psicologia e percebem “que no comportamento da pessoa há qualquer coisa fora daquilo que está padronizado, devemos recomendar que procure um profissional de saúde”. O problema aqui, segundo Jaime Ferreira da Silva, é que os coaches nãopsicólogos não têm conhecimento que lhes permita identificar se algo não está bem. “Muitas vezes, o que acontece, por exemplo, é um coach não psicólogo receber uma pessoa com doença bipolar e não saber diagnosticar”. Como clarifica o psicólogo, “a pessoa pode aparecer na sua fase mais maníaca em que não tem limites, está cheia de energia, e o coach não psicólogo confunde isso com dinamismo ou com criatividade”. Portanto, no pior dos cenários, “a ausência de ferramentas de avaliação e diagnóstico pode agravar o estado clínicodo seu cliente”. Por isso é que o psicólogo defende que “para se praticar coaching, a pessoa tem que ter uma formação em psicologia, porque se não tiver anda à procura de um interruptor num quarto às escuras”. Isto é, “tem falta de conhecimento de suporte para poder diagnosticar e para poder perceber se é um caso de saúde mental ou se é apenas uma necessidade de treino e competências”, simplifica. O problema da falta de regulação Paula Rocha admite que “a profissão de coaching ainda não é regulada por lei”, o que “significa que qualquer pessoa se pode chamar ‘coach’ e oferecer serviços de coaching, independentemente da sua formação, experiência ou qualificações”. No entanto, reforça a coach, “existem várias organizações internacionais e com representação nacional, que oferecem certificações em coaching e estabelecem padrões de ética e conduta para os profissionais da área”. Além disso, os profissionais que possuírem “credenciais e certificações nessas organizações, são obrigados a seguir um código de ética rigoroso, manter altos padrões de prática e educação contínua”. Portanto, Paula Rocha considera “importante que as pessoas que procuram serviços de coaching procurem profissionais certificados e qualificados para garantir que recebam serviços éticos e de alta qualidade”. Ainda assim, mesmo com as certificações internacionais, a falta de regulação no “coaching aberto a todos” é, na perspetiva de Jaime Ferreira da Silva, preocupante. “O que acontece é que estas pessoas se predispõem a intervir numa área para a qual não têm conhecimento”, lamenta. Portanto, existe uma maior “probabilidade de haver erros e deslizes”. O psicólogo refere o exemplo do caso da coach não psicóloga Susana Torres: “esta pessoa pode dizer o que quer, quebra o sigilo do seu cliente e vai para a televisão falar”, porque “não há qualquer escrutínio da formação de base”. “No tocante aos coaches não-psicólogos, trata-se de um verdadeiro Far-West, não há escrutínio nem organização in situ que controle e sancione os maus comportamentos profissionais como ficou patenteado com o futebolista Eder”, sustenta. Por outro lado, salienta, “alguém que contrate serviços de psicologia se, por acaso, for alvo de um mau serviço pode sempre fazer queixa na Ordem dos Psicólogos.” “Todos nós estamos escrutinados, e ainda bem”, conclui.
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