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| - “A CML [Câmara Municipal de Lisboa] não incluiu as aulas de natação para as crianças do 1.º ano no currículo do Desporto Escolar, uma iniciativa que funcionava ininterruptamente desde 2009, desvalorizando uma componente importante na formação das crianças e que garante a universalidade no acesso a estas aulas”, destaca-se em publicação na rede social Twitter, datada de 28 de setembro.
“Lisboa a andar para trás, CML acaba com natação para mais de 2.000 alunos do 1.º ano do 1.º Ciclo”, acrescenta-se sobre uma imagem difundida no mesmo tweet, ilustrativa de uma aula de natação.
Em algumas partilhas do tweet aprofundam-se as críticas, por exemplo: “A Câmara Municipal de Lisboa acabou com as aulas de natação das escolas. Beneficiava milhares de crianças que de outra maneira não tinham acesso às piscinas e muito menos às aulas de natação. Agora só falta acabar com o leite escolar.”
Em resposta a estas alegações, Bruno Filipe Costa, conselheiro nacional do CDS-PP (partido que integra a coligação que venceu as eleições autárquicas de 2021, sob a liderança de Carlos Moedas do PSD), esclarece que, na verdade, a “CML questionou todas as escolas para este ano e foi reportado dificuldades para os meninos do 1.º ano, devido às deslocações e almoços”. Pelo que “foram aprovadas alternativas a pedido das escolas” e “o programa mantém-se para os 2.º, 3.º e 4.º anos”.
Também questionada pelo Polígrafo, o Presidente do Grupo Municipal do Partido Socialista (GMPS), Manuel Portugal Lage, indica estar neste momento “a apurar a razão pela qual as aulas de natação se encontram suspensas no âmbito do Desporto Escolar”, acrescentando que “tudo indica que será mais uma anomalia na gestão da autarquia da capital, a par com tantas outras que se têm verificado nos últimos meses”.
Além disso, a mesma fonte garante que o GMPS “irá envidar todos os esforços, e exercer máxima pressão junto do presidente da CML, no sentido de repor esta importantíssima conquista para o Desporto Escolar e para os jovens lisboetas”.
Máxima pressão que, aparentemente, já não será necessária. Segundo fonte oficial da CML, “o Programa de Apoio à Educação Física Curricular para as Escolas do 1.º Ciclo do Ensino Básico (PAEFC), que inclui as modalidades de Natação Curricular, Educação Física, os Centros de Apoio à Aprendizagem e o projecto de ensino de condução de bicicletas ‘Lisboa sem Rodinhas’, é incrementado e alargado para o ano letivo de 2022/23“.
Este programa “desenvolve-se em todas as escolas da rede pública de Lisboa, através da organização conjunta do Departamento da Atividade Física e do Desporto, do Departamento de Educação e da Direção Municipal da Mobilidade da Câmara Municipal de Lisboa”. E o plano apresentado e aprovado para este ano letivo “teve como premissa o aumento do número de contactos (aulas) dos alunos com atividades físicas e desportivas, entre ensino da bicicleta, natação e educação física, em cada ano do 1º Ciclo”.
Além de a proposta técnica elaborada pelos serviços incluir um mapa de atividades que “aumenta o número de aulas por ano letivo, com reorganização das atividades a oferecer em cada ano letivo”, os custos do programa ainda são “integralmente suportados pela CML, sem qualquer encargo para as famílias ou para os agrupamentos escolares“.
Assim, a versão final da deliberação aprovada por unanimidade inclui a oferta de Natação Curricular também no 1.º ano do 1.º Ciclo do Ensino Básico, em articulação com o Pelouro da Educação e com os Agrupamentos Escolares, garante a CML na resposta ao Polígrafo.
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