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| - “Há uma enorme contradição entre aquilo que foi dito pelo Tiago Mayan e o que a Iniciativa Liberal diz no seu próprio programa em relação à Saúde, porque o que diz, e passo a citar, é que as ARS e a ADSE conjuntamente passarão a financiar o mercado, deixaremos assim de ter um sistema único universal”, afirmou Marisa Matias, candidata à Presidência da República apoiada pelo Bloco de Esquerda, durante o frente a frente. “Quando diz que defende o sistema universal não é verdade, segundo a proposta do seu partido”, acusou a bloquista.
As declarações da candidata surgiram depois de Tiago Mayan Gonçalves, apoiado pela Iniciativa Liberal (IL), ter afirmado que “o acesso universal aos cuidados de saúde” é o que quer para os portugueses e que apenas pretende “alterar a forma de o fazer” através da criação de “subsistemas de saúde”.
Confirma-se a existência de uma contradição entre o discurso de Tiago Mayan Gonçalves e o programa da IL?
De facto, a frase citada por Marisa Matias pertence ao programa político da IL (pode consultar aqui) e está inserida no capítulo das propostas para a Saúde com o título “alargamento da ADSE a todos os portugueses”. No excerto mencionado pela bloquista, a IL propõe “transformar as ARS (e a ADSE) em verdadeiros subsistemas de saúde, que conjuntamente passarão a financiar o mercado”.
“Deixaremos assim de ter um sistema único universal, mas vários subsistemas que irão concorrer pela prestação e satisfação dos seus clientes. No seu conjunto, a universalidade estará assegurada“, lê-se ainda na proposta.
Ou seja, nesta seção do programa do partido prevê-se que, apesar de deixar de existir um “sistema único universal”, passarão a existir “vários subsistemas que irão concorrer” entre si. Mas é deixada a ressalva de que “no seu conjunto a universalidade estará assegurada“.
A mesma ideia é assumida noutros pontos do documento, nos quais é igualmente mencionado este objetivo de “continuar a garantir a universalidade no acesso“.
Em suma, conclui-se que Tiago Mayan Gonçalves não entrou em contradição com o partido que o apoia na candidatura à Presidência da República. No programa da IL, que defende “o alargamento da ADSE a todos os portugueses”, é dito em várias ocasiões que se pretende “garantir a universalidade no acesso” a este sistema de saúde alternativo, tal como afirmado por Mayan durante o debate.
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Avaliação do Polígrafo:
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