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| - Num grafismo semelhante a uma notícia, surge a afirmação: “CEO da Pfizer preso, acusado de fraude – A Pfizer é acusada de pagar aos governos e à grande media para ficarem calados.” A imagem foi retirada de um site chamado “Jornal Tribuna Nacional” e começou a circular no Whatsapp, tendo sido também partilhada no Facebook.
No texto original é referido que Albert Bourla “foi preso em sua casa” no dia 5 de novembro “pelo FBI” e que é alvo de “várias acusações de fraude”. Será verdade?
É falso. Não existe qualquer registo, noticioso ou não, sobre a detenção de Albert Bourla. O seu nome não consta da listagem de pessoas presas do Federal Bureau of Prisons – o gabinete responsável pela gestão das prisões nos Estados Unidos. Também o FBI não emitiu nenhum comunicado sobre a alegada detenção do CEO da Pfizer.
A plataforma de fact-checking brasileira Agência Lupa contactou a farmacêutica norte-americana que, por email, negou que o CEO tenha sido preso por fraude. Aliás, no dia em que foi supostamente preso, Albert Bourla deu uma entrevista a dois canais norte-americanos – CNBC e CNN – no âmbito da divulgação de dados sobre o estudo para o desenvolvimento de um medicamento antiviral capaz de combater a Covid-19. Fez também uma publicação no Twitter, congratulando os cientistas que trabalham neste fármaco, ainda em fase experimental.
[twitter url=”https://twitter.com/AlbertBourla/status/1456579768409853957″/]
O texto publicado no “Jornal Tribuna Nacional” – e que deu origem ao post sob análise – cita um artigo do “The British Medical Journal”, onde é apresentado um conjunto de denúncias feitas contra a empresa Ventavia – que foi contratada pela Pfizer para conduzir ensaios no Texas, nos EUA –, sobre irregularidades nos testes clínicos da vacina contra a Covid-19. As acusações são direcionadas para o grupo de pesquisa contratado pela farmacêutica e não à própria Pfizer. A Pfizer não quis comentar as acusações de irregularidades.
A vacina da Pfizer contra a Covid-19 foi a primeira a ser aprovada pelos principais reguladores de saúde – desde a Organização Mundial de Saúde (OMS), à norte-americana FDA ou à Agência Europeia do Medicamento (EMA, na sigla inglesa). A OMS garante que “avaliou exaustivamente a qualidade, segurança e eficácia da vacina e recomendou a sua utilização em pessoas com mais de 16 anos”.
Em Portugal, a vacina contra a Covid-19 produzida pela Pfizer foi também a primeira a ser aprovada, tendo a decisão do Infarmed sido publicada em 21 de dezembro de 2020.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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