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| - “Jovens estudantes que protestaram fortemente contra as alterações climáticas deixam ruas de Lisboa cheias de ativismo“, descreve-se na publicação da imagem no Facebook, datada de 16 de novembro. Suscitou dúvidas a vários leitores do Polígrafo que pediram uma verificação.
Na semana passada, os estudantes ativistas do movimento “Greve Climática Estudantil Lisboa” iniciaram um protesto que incluiu a ocupação de seis escolas e faculdades em Lisboa, entre as quais o Liceu Camões e a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. A iniciativa tinha como principais exigências o fim da utilização de combustíveis fósseis até 2030 e a demissão do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva.
Simultaneamente decorreram marchas e manifestações na cidade. Uma delas resultou na ocupação da Ordem dos Contabilistas. Outra ação, no edifício do Ministério da Economia e do Mar, levou à detenção de cinco ativistas climáticos que se colaram ao chão pouco depois de António Costa Silva ter estado reunido com um grupo de jovens representantes do movimento “Fim Ao Fóssil: Ocupa!”. Os jovens foram entretanto libertados.
Mas será que a imagem viral nas redes sociais mostra os cartazes utilizados nestes protestos?
Não. Esta informação é falsa e a fotografia em causa já tinha, aliás, sido verificado pelo Polígrafo em outubro de 2019. Ora, na altura, garantia-se nas redes sociais que tinha sido captada logo após as manifestações no âmbito da Greve Climática Global desse ano.
A imagem foi analisada e verificou-se que a mesma foi originalmente publicada na página de um fórum do Reddit, no dia 4 de maio de 2018.
Ou seja, há mais de quatro anos.
Atendendo aos comentários publicados nesse fórum – e consultando as notícias dessa altura – concluímos também que os cartazes da imagem eram os “despojos” de uma manifestação contra o furo de prospecção de petróleo em Aljezur que se realizou no dia 14 de abril de 2018. Daí que alguns dos cartazes tivessem palavras de ordem contra o “furo”, ou exigindo que “deixem o gás debaixo do mar”.
Contactada pelo Polígrafo, fonte oficial do movimento “Greve Climática Estudantil Lisboa” garante que reutiliza sempre os materiais das manifestações para ações futuras. “Os que usámos esta semana tinham alguns meses”, informam, assegurando também que, nos casos em que não conseguem reaproveitar, procedem à sua reciclagem.
A mesma fonte acrescenta ainda que “o problema do lixo não seria tão presente caso a economia não estivesse viciada em combustíveis fósseis“.
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Avaliação do Polígrafo:
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