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| - “No espaço de um ano são desperdiçadas, em Portugal, 1.500 milhões de embalagens de bebidas, um volume equivalente a 250 torres de Belém. O sistema de depósito com retorno é uma das soluções para este desperdício monumental”, lê-se no post de 26 de julho, com milhares de reações e centenas de comentários e partilhas no Facebook.
No dia 22 de junho, três organizações ambientalistas – ANP|WWF, Sciaena e ZERO – realizaram um protesto na Praça de Luís de Camões, em Lisboa, no âmbito do qual destacaram estes números, alertando para “o enorme desperdício de recursos que resulta do atraso na regulamentação do Sistema de Depósito com Retorno (SDR) para embalagens descartáveis“.
“A cada dia de atraso, Portugal desperdiça 4 milhões de embalagens de bebidas descartáveis em plástico, vidro e metal.
Como neste momento já se prevê o atraso de um ano na implementação do SDR, tal irá implicar o desperdício de cerca de 1.500 milhões de embalagens, o que equivale ao volume de 250 torres de Belém! O ministro Matos Fernandes tem de agir rapidamente para garantir que não haverá mais atrasos”, defendem as referidas organizações, dirigindo-se ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Matos Fernandes, através de comunicado.
Segundo a Lei n.º 69/2018, aprovada na Assembleia da República no final de 2018, instituindo um sistema de incentivo à devolução de embalagens de bebidas em plástico não reutilizáveis e de depósito de embalagens de bebidas em plástico, vidro, metais ferrosos e alumínio, “Portugal deveria ter em pleno funcionamento um sistema de depósito com retorno para embalagens de bebidas descartáveis a partir de janeiro de 2022“.
“Contudo, dado que ainda não há sinais da regulamentação do SDR e considerando que a legislação europeia exige um período mínimo de um ano, após a regulamentação, para organização do sistema (prazo que consideramos razoável e necessário), o SDR português só entrará em funcionamento, na melhor das hipóteses, em janeiro de 2023“, criticam os ambientalistas.
“Este cenário implica que, com o desperdício diário de 4 milhões de embalagens, por cada ano de atraso haverá uma perda de 1.473.609.427 (praticamente 1.500 milhões) de embalagens de bebidas, que irão parar a aterro, serão incineradas ou ficarão espalhadas no ambiente. Este cenário de desperdício é já uma certeza, neste momento, fruto da incapacidade (ou falta de vontade) do Ministério do Ambiente e Ação Climática para dar andamento atempado ao processo e tendo em consideração o tempo previsto na legislação europeia para garantir a implementação do SDR no terreno”, concluem.
Em declarações à rádio Renascença, no dia 22 de junho, a secretária de Estado do Ambiente, Inês dos Santos, assegurou que este sistema de incentivo já se encontra em fase de execução, através de um “projeto-piloto” que conta com a instalação de 23 máquinas de recolhas de embalagens em todo o país.
“Já temos os pilotos e os pilotos são o primeiro passo da concretização no terreno, portanto, não estamos a começar do zero. O nosso objetivo, a nossa ambição era conseguirmos ter uma regulamentação do sistema até ao final do ano”, afirmou.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
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Verdadeiro: as principais alegações do conteúdo são factualmente precisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Verdadeiro” ou “Maioritariamente Verdadeiro” nos sites de verificadores de factos.
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