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| - “A propósito do CORONA Vírus, da sua perigosidade e consequente possibilidade de de destruição, lembremos as seguintes datas: 1320 – Peste Bubónica; 1420 – Peste Negra; 1520 – Império Azteca morre de Varíola; 1620 – Surto de moléstia contagiosa «Passageiros do Mayflower»; 1720 – Praga de Marselha; 1820 – Epidemia de Cólera; 1920 – Gripe Espanhola; 2020 – Corona Vírus. Dá que pensar, não dá? Será coincidência?”, destaca-se numa publicação que tem sido viralmente propagada nas redes sociais.
Verdadeiro ou falso?
A peste negra ou peste bubónica (que no texto são erradamente tratadas como duas pandemias diferentes) teve origem no séc. XIV e entre os anos 1343 e 1353. A peste negra era transmitida por pulgas de ratos e dizimou cerca de um terço da população só em território europeu. Já a epidemia que extinguiu a civilização asteca, conhecida como epidemia de “cocoliztli” (que se acredita estar relacionada com a bactéria salmonella), surgiu em 1545 e prolongou-se até ao ano de 1550. Estima-se que terá matado cerca de 15 milhões de pessoas na zona do México.
O surto de moléstia contagiosa a bordo do navio de Mayflower ocorreu de facto em 1620. A Peste de Marselha, uma variante da peste negra, dizimou 100 000 pessoas na cidade francesa e ocorreu, como refere o texto, no ano de 1720.
A pandemia da cólera surgiu pela primeira vez em 1817 no continente asiático, alastrando-se depois por todo o mundo em pandemias sucessivas. Ao contrário do que é dito na publicação, não apareceu pela primeira vez em 1820 mas sim entre os anos de 1817 e 1823. A cólera continua a matar pessoas principalmente no continente africano, ainda que as mortes tenham vindo a diminuir ao longo dos anos. A doença é causada pela ingestão de alimentos ou água infetados pela bactéria vibrio cholerae.
A gripe espanhola, causada por uma estirpe do vírus Influenza, surgiu no ano de 1918 e não em 1920 como o texto sugere. Acredita-se que tenha matado entre 50 a 100 milhões de pessoas da população mundial.
Finalmente, o novo coronavírus não surgiu em 2020. O primeiro caso registado data de 31 de dezembro de 2019.
Em suma, para além da publicação estar a difundir falsidades, está também a dar azo a uma “teoria da conspiração” sem qualquer fundamento.
Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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