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| - “Coinbase, Binance e Kraken confirmaram que não vão bloquear as contas de utilizadores ou carteiras na Rússia apesar dos apelos da Ucrânia nos últimos dias”, salienta-se num tweet de 1 de março, exibindo o recente apelo (também via Twitter) do vice-primeiro-ministro da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, dirigido às plataformas de compra, venda e armazenamento de criptomoedas para que bloqueiem as contas de utilizadores russos.
Há várias outras publicações que apontam no mesmo sentido, em alguns casos acrescentando comentários, como por exemplo: “Um belo tapa na cara dos Governos. Estamos a caminhar para um mundo onde o povo controla o dinheiro e não o Estado!”
É verdade que as empresas Coinbase, Binance e Kraken comunicaram publicamente que não pretendem congelar ou bloquear contas russas. As declarações dos representantes destas plataformas surgem em resposta ao apelo de Mykhailo Fedorov, que defendeu também que “é crucial congelar não apenas os endereços vinculados a políticos russos e bielorrussos, mas também sabotar utilizadores comuns“.
Através de uma sequência de tweets, o co-fundador e diretor-executivo da Coinbase, Brian Armstrong, explica que a empresa vai cumprir a lei e “bloquear transações de endereços IP que possam pertencer a pessoas ou entidades sancionadas”, mas garante que não estão a “proibir preventivamente todos os russos de utilizarem a Coinbase”.
“Acreditamos que todos merecem acesso a serviços financeiros básicos, a menos que a lei diga o contrário. Alguns russos estão a usar as criptomoedas como uma tábua de salvação, agora que a sua moeda entrou em colapso. Muitos deles provavelmente opõem-se ao que o seu país está a fazer e uma proibição também os prejudicaria. Dito isto, se o Governo dos EUA decidir impor uma proibição, é claro que seguiremos essas leis”, argumenta Armstrong.
No mesmo plano, o diretor-executivo da Kraken justifica a decisão sublinhando que, apesar do seu “profundo respeito pelo povo ucraniano”, a empresa não pode “congelar as contas dos clientes russos sem exigência legal para o fazer”.
Também numa sequência de tweets, Powell diz acreditar que “a grande maioria dos detentores de criptomoedas na Kraken são anti-guerra”, uma vez que “a bitcoin é a personificação dos valores libertários que favorecem fortemente o individualismo e os direitos humanos”.
“Além disso, se fôssemos congelar voluntariamente as contas financeiras de residentes de países que atacam e provocam violência injustamente em todo o mundo, o primeiro passo seria congelar todas as contas dos EUA. Na prática, essa não é realmente uma opção de negócio viável para nós”, remata.
Contactada pelo Polígrafo, fonte oficial da Binance garante que “não vão congelar unilateralmente milhões de contas de utilizadores inocentes“, dado que “a criptomoeda visa fornecer maior liberdade financeira para as pessoas em todo o mundo”. Por isso, “decidir unilateralmente proibir o acesso das pessoas às suas criptomoedas seria um entrave à razão pela qual as criptomoedas existem”.
“No entanto, estamos a dar os passos necessários para garantir que tomamos medidas contra aqueles que tiveram sanções impostas, minimizando o impacto para utilizadores inocentes. Se a comunidade internacional ampliar ainda mais essas sanções, também as aplicaremos agressivamente”, conclui o porta-voz da empresa.
Em suma, é verdade que as principais empresas de compra, venda e armazenamento de criptomoedas decidiram não bloquear contas russas preventivamente. No entanto, estas plataformas asseguram estar a cumprir a lei, agindo relativamente a contas de pessoas sancionadas. Ainda assim, admitem que no futuro podem ver-se obrigadas a bloquear contas de utilizadores russos, caso haja uma imposição legal nesse sentido.
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Avaliação do Polígrafo:
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