| schema:text
| - Publicações nas redes têm utilizado fotos e vídeos descontextualizados para defender que os incêndios que atingiram o Havaí nas últimas semanas foram causados por armas a laser. As peças usam imagens de explosões de transformadores, fogo controlado e até do lançamento de um foguete para negar a relação do fogo com a emergência climática. Até o momento não se sabe qual foi a causa inicial do incêndio florestal, mas especialistas apontam que seca e ventos fortes ajudaram a alastrar o fogo.
As peças com a teoria da conspiração acumulavam ao menos 3.000 compartilhamentos no Instagram, centenas de compartilhamentos no Facebook e 15 mil visualizações no Telegram até a tarde desta quinta-feira (17). A desinformação também circula no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).
Momentos antes dos incêndios, vários flares de luz foram observados. (...) Imagens capturadas antes dos incêndios em Maui Hawaii.
Vídeos de supostas faixas de luz vindas do céu têm sido compartilhados nas redes como se mostrassem as causas dos incêndios que atingiram o Havaí nas últimas semanas, a fim de negar qualquer relação com a emergência climática. Segundo as publicações, as imagens seriam provas de que o fogo teria uma causa criminosa para tentar expulsar as pessoas de suas casas. As imagens, no entanto, são antigas e sem relação com os incêndios na ilha.
O vídeo que mostra uma faixa de luz verde (veja abaixo), por exemplo, foi gravado em fevereiro de 2021 na ilha de Kyushu, no Japão. O laser que aparece nas imagens, no entanto, é uma tecnologia chamada Lidar (sigla para “detecção de luz e alcance” em português) utilizada para observar vulcões.
Já a imagem que parece mostrar uma explosão no horizonte de uma área urbana (veja abaixo) foi publicada originalmente em fevereiro de 2018 por um usuário do Facebook. A foto, na verdade, registra um fogo controlado numa refinaria do estado de Ohio, nos Estados Unidos. Segundo agências de checagem americanas, o pilar de luz é fruto de uma ilusão de ótica causada pelos cristais de gelo na atmosfera.
As peças também descontextualizaram uma foto do lançamento realizado pela empresa SpaceX, de Elon Musk, em dezembro de 2019 (veja abaixo). A imagem mostra o momento em que o foguete Falcon 9 deixa a base aérea na Califórnia, nos Estados Unidos.
Outro vídeo que tem sido compartilhado como se fosse prova de uma arma a laser (veja abaixo) é, na verdade, uma explosão de um transformador no Chile em maio deste ano. Segundo a imprensa local, o vento forte causou um curto circuito no equipamento, localizado em Santiago e a faixa de luz foi um reflexo captado pela câmera.
Por fim, Aos Fatos não identificou a origem do vídeo que mostra uma explosão no meio de uma cidade (veja abaixo). A gravação, no entanto, está disponível nas redes ao menos desde 2019 e tem características que lembram incidentes causados por transformadores de energia.
Teoria da conspiração. As publicações enganosas sugerem que os supostos lasers teriam sido usados por uma elite que ateou fogo na região de forma deliberada para conseguir comprar terrenos no local com preços menores. Há também peças que culpam a China, que teria iniciado um suposto plano de dominação global.
O argumento principal das publicações é que, em algumas imagens, é possível ver que casas foram inteiramente destruídas pelo fogo, mas árvores permaneceram em pé. Isso atestaria, segundo as peças, que o laser teria atingido apenas as residências.
Rory Harden, investigador de incêndios da Universidade de Edimburgo, explicou em entrevista à BBC que o argumento não faz sentido porque é comum que as árvores não sejam derrubadas porque “grandes pedaços de madeira levam muito tempo para queimar” e a umidade desse tipo de vegetação acaba dificultando sua queima.
Ainda que a causa inicial dos incêndios florestais que atingiram o Havaí não tenha sido identificada, especialistas apontam que a falta de chuvas e os fortes ventos do furacão Dora foram responsáveis pelo alastramento do fogo. Até o momento, as autoridades americanas registraram 110 mortos na região.
|
![[RDF Data]](/fct/images/sw-rdf-blue.png)
![[cxml]](/fct/images/cxml_doc.png)
![[csv]](/fct/images/csv_doc.png)
![[text]](/fct/images/ntriples_doc.png)
![[turtle]](/fct/images/n3turtle_doc.png)
![[ld+json]](/fct/images/jsonld_doc.png)
![[rdf+json]](/fct/images/json_doc.png)
![[rdf+xml]](/fct/images/xml_doc.png)
![[atom+xml]](/fct/images/atom_doc.png)
![[html]](/fct/images/html_doc.png)