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| - Participação em creches: foi este o tema escolhido pela deputada do Iniciativa Liberal (IL), Carla Castro, para abrir o debate na AR, esta tarde, com foco para as crianças oriundas de famílias pobres: “Quero começar por fazer referência à conferência de política para a primeira infância que tivemos há poucos dias na AR, feita com a comissão de Educação em colaboração com os diversos partidos, e dizer que os primeiros mil dias são de uma extraordinária importância.”
E porquê? “Para o desenvolvimento da criança e como própria política de mobilidade social. É fundamental, até para contexto, recordar que 67% das crianças até aos 3 anos, que vivem em famílias mais pobres, não vão às creches. Temos que ser ambiciosos, eficazes e ferozes em dois temas: na oferta, mais vagas, e também na qualidade”, argumentou a deputada. Mas será que os dados referidos por Carla Castro correspondem à realidade das crianças portuguesas?
Sim. De acordo com o relatório anual “Portugal, Balanço Social 2022“, assinado por Susana Peralta, Bruno Carvalho e Miguel Fonseca, “a participação em creches é muito influenciada pelo rendimento”, já que “67,4% das crianças oriundas de famílias pobres não frequentam a creche“. Esta percentagem cai para cerca de 50% “nas crianças das famílias com maiores rendimentos”.
“Atingida a idade pré-escolar, a existência de escolas públicas e gratuitas faz aumentar a frequência para todos quartis de rendimento. Ainda assim, a percentagem de crianças que não frequenta o pré-escolar é mais baixa entre as famílias mais ricas. Importa sublinhar que a não frequência da creche poderá causar, sobretudo nas crianças mais pobres, lacunas na formação de competências que o ensino pré-escolar, de acesso mais generalizado, não consegue colmatar”, explica o documento.
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Avaliação do Polígrafo:
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