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| - Esta semana, a Câmara Municipal de Coimbra foi duramente criticada por apoiar em 440 mil euros a Everything Is New, promotora dos quatro concertos dos Coldplay em Coimbra, em maio. Alheio às críticas, José Manuel Silva, presidente da autarquia, escreveu no último sábado (8 de abril), na sua página de Facebook, o seguinte: “Coldplay. O maior evento de sempre em Coimbra.”. A frase, uma promoção do concerto da banda britânica que vai pisar o Estádio Cidade de Coimbra, foi mal recebida por João Malva, deputado municipal eleito pelo Cidadãos por Coimbra.
“Há quem chame apoio. Eu chamo um negócio de Robin dos Bosques. Ao contrário. 440 mil euros dos bolsos dos munícipes para a empresa que está a gerar milhões. Apoio? Só mesmo para rir. E a pérola ainda está para ser esclarecida. Entre os 440 mil e a promotora ainda está a Associação Académica de Coimbra. No mínimo, temos direito à indignação. Este assunto vai ter de ser escrutinado até ao mínimo detalhe. Até podem levar a reunião do executivo para consumar a trapalhada que criaram e dar um ar de legalidade, mas a imoralidade da situação é irreversível e vai ter um custo bem elevado”, escreveu João Malva em resposta a um outro comentário.
O autarca coimbrense não tardou a responder: “Caro deputado municipal João Malva, pelas suas palavras percebe-se que caso fosse presidente da Câmara os Coldplay não atuariam em Coimbra. Percebe-se também que se fosse presidente da Câmara não apoiaria a Bienal de Arte Contemporânea e outros eventos culturais mais eruditos porque há muitos residentes em Coimbra que não os apreciam e não os desfrutam.”
E mais: “Registo as suas considerações desnecessariamente insultuosas. Como certamente não quererá qualquer diálogo com um presidente de Câmara trapalhão e que não é sério, fica sem efeito a reunião/conversa que me solicitou.”
A reação polémica do Presidente da Câmara mereceu ainda uma resposta por parte do deputado municipal: “Simplesmente lamentável esta postura intolerante pelo contraditório político e por diversidade de opinião. Não fiz nenhuma acusação pessoal, não insultei o presidente da Câmara não fiz nada que o caro José Manuel Silva me acusa de ter feito. Disse, e direi (até que me demonstrem o contrário) que este processo não é transparente e que não pugna pelo bom uso dos dinheiros públicos.”
Quanto à reunião, João Malva refere que esta “visa um projecto de enorme interesse para Coimbra” e pergunta: “Como coloca os seus humores e mau sentido democrático acima do interesse da cidade, o que posso fazer?” José Manuel Silva vem a responder, mas não ao deputado. Por intermédio de outros comentários, escreve: “Eu tenho abertura para todas as reuniões, mas confesso que é a primeira vez que alguém que me insulta nas redes sociais me vem pedir uma reunião para falar de um ‘assunto de interesse para a cidade’. Nem compreendo que alguém queira reunir com um presidente de Câmara que rouba aos pobres para dar aos ricos (o pior que se pode dizer de alguém), que é trapalhão, que é imoral, que não é sério. Como pode alguém querer conversar com um presidente de Câmara que é um patife deste calibre?”
“As pessoas são as mesmas, eu não posso ser qualificado como o pior presidente de Câmara ‘do mundo’ às segundas, quartas e sextas, e uma pessoa digna para tratar de um ‘assunto sério’ às terças, quintas e sábados. Haja coerência. Porém, caso o senhor deputado João Malva, sem ter de concordar com as nossas decisões (que tem todo o direito de criticar), peça aqui desculpa pelos insultos e volte a pedir uma reunião, recebe-lo-ei com o devido profissionalismo”, concluiu o autarca.
O Polígrafo questionou a Câmara de Coimbra sobre se a reunião ficou, efetivamente, sem efeito. A autarquia respondeu já depois da publicação deste artigo, referindo que a 23 de março, “através de uma mensagem privada para a página pessoal de Facebook do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva, foi enviado um pedido de ‘conversa’ pelo ‘colega’ João Malva e não pelo deputado municipal eleito pelo movimento Cidadãos por Coimbra, João Malva”.
O Presidente terá anuído ao pedido, “que acabou por não ficar agendado”. Já a 8 de abril, “face aos comentários insultuosos proferidos por João Malva na página pessoal de Facebook do presidente da Câmara Municipal de Coimbra, José Manuel Silva referiu que o pedido de conversa feito pelo ‘colega’ João Malva ficaria sem efeito, uma vez que tinha sido chamado por ele de ‘presidente de Câmara trapalhão e que não é sério'”.
Apesar disso, sustenta a autarquia, “o presidente da CM de Coimbra, José Manuel Silva, não recusou e jamais recusaria um pedido de reunião com um deputado municipal, que chegue pelas vias apropriadas para o efeito”.
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Nota Editorial: Artigo atualizado às 11h23 para incluir as declarações da Câmara Municipal de Coimbra.
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Avaliação do Polígrafo:
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