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| - John Gillis, nascido em 1975, tornou-se uma figura incontornável da cena rock. Mas com um nome bem diferente daquele com que foi registado à nascença – Jack White – como uma das metades dos White Stripes uma banda de dois elementos, irmãos… Irmãos? Bom, era assim que Jack apresentava Meg, durante as atuações ao vivo. O site da radio “Diffuser FM” recorda precisamente estes momentos: “Todos os que já viram concertos dos White Stripes testemunharam o momento em que Jack apresenta a sua ‘irmã mais velha Meg’ na bateria.”
Esta foi a história com que a dupla se apresentou ao mundo, no início de carreira: “Jack e Meg eram os mais novos de um conjunto de 10 irmãos e formaram a banda quando Meg tentou tocar bateria no Dia da Bastilha, em 1997”, acrescenta a “Diffuser”.
O mito aguçou a curiosidade sobre os “manos” White e, nesse sentido, foi uma estratégia de marketing que funcionou na perfeição. Os jornalistas foram tocando no tema amiúde e acabaram por descobrir o verdadeiro elo entre ambos que, afinal, não era de sangue mas, isso sim, de marido e mulher. Ou melhor, ex-marido e ex-mulher, pois foi nessa fase da vida de ambos que a carreira dos White Stripes começou a atingir dimensões que em muito extravasam os limites territoriais da sua terra natal, Detroit, e os jornais e revistas começaram a interessar-se mais por eles. Quando, em 2001, é editado “White Blood Cells”, o terceiro da banda, Jack e Meg já estavam separados.
De acordo com a “Diffuser”, foi a 21 de setembro de 1996, “quando Jack e Meg tinham ambos 21 anos, que deram o nó. Em vez de Meg ficar com o nome de família do marido, foi Jack quem mudou o seu último nome para White.”
Mas a dúvida persistia e a revista “Spin” deixa precisamente essa questão no texto que introduz a entrevista realizada com os White Stripes: “Jack e Meg White são mesmo irmãos (como dizem ser), ou são, na verdade, um casal divorciado (como quase todo o planeta assume neste momento)?” As respostas às perguntas que lhes foram dirigidas não permitiram, contudo, grandes conclusões, como a própria “Spin” reconhece. “Em última análise, não conseguimos provar nada excepto o facto de Jack e Meg serem uma dupla estranhamente bem disposta.” Questionado sobre o porquê de insistir em apresentar a banda como irmãos, Jack White responde “já desistimos. As pessoas podem dizer o que quiserem. Nunca foi importante para nós.”
O jornalista Chuck Klosterman insiste, confrontando Jack com o facto de “em todos os concertos se referir a Meg como sua irmã quando a ‘Entertainment Weekly’ publicou o registo do casamento de ambos.” O rocker manteve-se firme na sua estratégia, e disse que não tinha visto qualquer assinatura no referido registo. “Não me pareceu ser verdadeiro. Se as pessoas não querem acreditar que Meg é minha irmã, tudo bem”, concluiu.
A “Rolling Stone” também sublinha o facto, num artigo publicado em 2005: “Publicamente, Jack e Meg, ambos com 30 anos, dizem ser irmão e irmã, apesar de um jornal de Detroit os ter desmascarado, há cerca de dois anos, ao revelar que são ex-marido e ex-mulher (casaram-se em 1996, divorciaram-se em 2000). Mas nos seus 5 alguns como The White Stripes, e especialmente em palco, não existe espaço para dúvidas sobre a relação entre ambos. Fazem música como espíritos inseparáveis. ‘Seremos sempre nós os dois’, dizia Jack White. ‘Os White Stripes nunca existiriam com outra baterista. Ela também nunca o faria com outro guitarrista.”
A “Rolling Stone” também sublinha o facto, num artigo publicado em 2005: “Publicamente, Jack e Meg, ambos com 30 anos, dizem ser irmão e irmã, apesar de um jornal de Detroit os ter desmascarado, há cerca de dois anos, ao revelar que são ex-marido e ex-mulher (casaram-se em 1996, divorciaram-se em 2000).
A relação entre ambos complicou-se. O último concerto dos White Stripes foi em 2007 – houve apenas uma aparição posterior, no programa de Conan O’Brien, em 2009 -, e, em 2011, a banda deixou de existir, oficialmente. Num comunicado para assinalar a dissolução, citado pela “Rolling Stone”, os White Stripes justificavam a separação com “uma miríade de razões, mas em especial para preservar o que de bom e bonito a banda tem.”
Meg voltaria a casar-se, com Jackson Smith, filho de Patti Smith e do já desaparecido guitarrista dos MC5, Fred “Sonic” Smith. A cerimónia realizou-se “no jardim da casa de Jack, em Nashville”, refere a “Pitchfork”, indiciando um bom relacionamento entre ambos. “De uma forma geral, os ex-maridos não costumam abrir as portas das suas casas para os casamentos das ex-mulheres. Mas também não costumem continuar a tocar juntos na mesma banda depois de se separarem”, constata a Pitchfork.
Mas os laços quebraram-se e a relação azedou de vez. Numa entrevista à “Rolling Stone”, em 2014, já após o desaparecimento da banda, Jack White não foi brando quando se referiu a Meg e aos tempos dos White Stripes: “É uma daquelas pessoas que não me dá um ‘high-five’ quando faço um ‘touchdown’. Olhava para mim, tipo, ‘Oh, grande coisa, conseguiste, e depois?’ Quase todos os momentos dos White Stripes foram assim.”
A relação entre ambos complicou-se. O último concerto dos White Stripes foi em 2007 – houve apenas uma aparição posterior, no programa de Conan O’Brien, em 2009 -, e, em 2011, a banda deixou de existir, oficialmente. Num comunicado para assinalar a dissolução, citado pela “Rolling Stone”, os White Stripes justificavam a separação com “uma miríade de razões, mas em especial para preservar o que de bom e bonito a banda tem.”
Sobre a relação entre ambos no momento da entrevista, Jack White acrescentou o seguinte: “Penso que ninguém fala com a Meg. Ela foi sempre uma eremita. Quando vivíamos em Detroit, tinha que ir de carro até à casa dela se quisesse falar com ela, por isso, agora, é quase nunca.”
Para a história fica uma dupla que transpirava rock por todos os poros, que conseguiu, dentro de uma fórmula simples (não simplista), de guitarra, bateria e voz (foram chegando outros instrumentos, entretanto) levantar e incendiar estádios. Com uma sonoridade de banda de garagem, crua e pura, e uma estética desenhada ao milímetro, onde as únicas coras das vestes, instrumentos e cenários são o branco, vermelho e preto – as capas dos seus discos são apenas uma mostra desta regra imutável. Além de excelentes canções rock, os White Stripes deixam, ainda, notáveis video-clips, em especial aqueles assinados pelo realizador francês Michel Gondry. “Fell in Love With a Girl”, “The Hardest Button to Button” e “Dead Leaves and the Dirty Ground” são três exemplos de um cruzamento de talentos que dá origem a pura genialidade.
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Avaliação do Polígrafo:
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