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| - “Pois é, o Papa Francisco está de volta com novas doutrinas que vão deixar todos os padres deste planeta com um sorriso de orelha a orelha”, começa por descrever uma publicação que se disseminou por vários grupos no Facebook. Mais à frente explica-se o motivo da suposta “alegria” dos padres: o sumo-pontífice teria decidido que os padres poderiam fazer sexo com as freiras, embora apenas uma vez por mês.
A publicação foi denunciada por vários utilizadores do Facebook e o Polígrafo, no âmbito da parceria que tem com aquela rede social, decidiu verificar a sua veracidade.
Terá mesmo Francisco, conhecido pelas suas ideias progressistas relativamente a temas fraturantes na igreja católica, defendido mesmo algo que choca frontalmente com a doutrina secular da igreja em matéria de moral sexual?
A resposta é um não muito pronunciado. Aliás, o tema do sexo entre padres e freiras configura atualmente um dos debates mais intensos na igreja católica. Em fevereiro passado, o Papa admitiu que muitas freiras católicas têm sido vítimas de abusos sexuais às mãos de padres e bispos. “É verdade… tem havido padres e até bispos que o fazem. Eu acho que ainda continua a acontecer porque algo não para simplesmente porque nos tornámos conscientes disso”, disse a mais alta figura da igreja católica, citada pela agência Reuters, enquanto respondia a perguntas dos jornalistas na viagem de regresso de Abu Dhabi, depois de uma visita aos Emirados Árabes Unidos.
Francisco chegou mesmo a confirmar um caso em que as freiras foram mantidas como escravas sexuais, o que levou ao encerramento de uma congregação pelo seu antecessor, o Papa Bento XVI, em 2005.
A preocupação do Papa é de tal modo notória que o Vaticano fez publicar, no passado mês de maio, um decreto que prevê que os padres e freiras de todo o mundo denunciem, obrigatória e rapidamente, suspeitas de abusos sexuais no seio da igreja católica.
O diploma, que entrou em vigor em Junho, prevê ainda que as dioceses terão um ano para criar um sistema para denunciar este tipo de casos que envolvem membros do clero, como bispos ou outros membros superiores. Cada paróquia deverá abrir um escritório onde todos poderão apresentar denúncias de forma confidencial.
Por estes motivos, é evidente que a história em questão é falsa – aliás, ela não resiste a uma análise menos superficial ao site que está na origem das partilhas posteriores. Trata-se de um espaço satírico, que fatura em publicidade em função do tráfego que as suas “notícias” bizarras gera. O problema é que muitas são posteriormente partilhadas nas redes sociais como se fossem verdadeiras, gerando desinformação.
Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam naquela rede social.
Na escala de avaliação do Facebook este conteúdo é:
Sátira: O conteúdo é publicado por uma Página ou um domínio que é reconhecido por publicar sátiras ou um caso em que uma pessoa sensata percebe que o conteúdo é irónico ou humorístico e que tem uma mensagem social. Poderá beneficiar, ainda assim, de contexto adicional.
Na escala de avaliação do Polígrafo este conteúdo é:
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