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  • “Síndrome das pernas irrequietas, apneia, depressão. Muito sofrimento, muito desconforto! Este era o estar diário do Bernardo (nome fictício). Um mal estar constante. ‘Durante a semana tinha várias crises do síndrome das pernas irrequietas. Há anos que passava a noite a levantar-me muitas vezes durante a noite para tentar aguentar este tremor constante nas pernas. Não descansava e sentia-me com um esgotamento emocional acentuado, depressão e um cansaço enorme. Depois de fazer algumas sessões, seis sessões, sinto a minha vida a mudar. Deito-me cerca das 11h da noite para me levantar às 9h da manhã. E não me levanto porque me estou a sentir mal, apenas porque já são horas de me levantar. Estou a sentir a minha vida diferente. Vou continuar a fazer sessões porque sinto que me está a fazer muito bem'”, destaca-se no texto da publicação. Tem origem na página de uma clínica que promove tratamentos “da última geração de neurofeedback, desenvolvido ao longo dos últimos 20 anos no Canadá, que treina o cérebro e o ajuda a regenerar as suas potencialidades”. O neurofeedback é um tratamento comprovadamente eficaz para a síndrome das pernas inquietas, a apneia e a depressão? Questionado pelo Polígrafo, João Massano, neurologista especializado em doenças do movimento do Centro Hospitalar Universitário de São João, no Porto, adverte que “não há quaisquer dados científicos que suportem a eficácia do neurofeedback no âmbito clínico, incluindo na síndrome das pernas inquietas”. Atualmente, explica, “o neurofeedback só pode ser encarado como um procedimento experimental, cuja utilização está sujeita à regulamentação da investigação clínica”. Relativamente à síndrome das pernas inquietas (SPI), o neurologista indica que “é muito frequente na população geral e pode perturbar bastante o sono, pois os sintomas surgem ou aumentam bastante” no período em que as pessoas se deitam na cama para dormir. “A primeira acção a tomar perante um diagnóstico de SPI é excluir que a pessoa afectada possa ter deficiência de ferro, o que se consegue fazer através de uma análise sanguínea muito simples. Se assim for, o tratamento é igualmente simples: administra-se ferro ao doente, seja em comprimidos ou em solução oral”, salienta. No entanto, caso não seja esse o diagnóstico, “poderá ser necessário utilizar medicamentos que melhoram a atividade do neurotransmissor dopamina no sistema nervoso [agonistas dopaminérgicos, levodopa], ou que diminuem a excitabilidade nervosa central e periférica [pregabalina, gabapentina]”. Massano garante que “todos estes medicamentos são seguros e estão devidamente estudados, existindo larga experiência na sua utilização”. De resto, sublinha que o tratamento “deve ser feito sob orientação e aconselhamento médico“. ______________________________ Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social. Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é: Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos. Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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