About: http://data.cimple.eu/claim-review/c972ab4d7edc269ef982555c6105bc54f434910b6218b59c1ea9d512     Goto   Sponge   NotDistinct   Permalink

An Entity of Type : schema:ClaimReview, within Data Space : data.cimple.eu associated with source document(s)

AttributesValues
rdf:type
http://data.cimple...lizedReviewRating
schema:url
schema:text
  • No meio de milhares de mulheres, todas de preto, todas de burca, destaca-se uma figura que caminha na direção oposta à das restantes. É uma mulher com a cara e o cabelo destapados que segura nas mãos um livro de capa vermelha, que parece estar a ler. O texto que acompanha a imagem garante que ela representa as mulheres afegãs. O “inferno”, percebe-se pelo mesmo texto, refere-se à ascensão dos talibãs — para quem os direitos das mulheres são inferiores aos outros —, que tomaram o poder no Afeganistão em agosto deste ano. A publicação diz ainda que este é um trabalho da artista Shamsia Hassani. Todos estes elementos fizeram com que a fotografia se tornasse viral rapidamente. No entanto, ela foi digitalmente alterada e nem sequer faz parte do portfólio de Hassani. As afirmações são falsas. Com o fim da intervenção militar dos EUA no Afeganistão, e depois de os talibãs tomarem o poder no país, muitos dos direitos que as mulheres afegãs tinham conquistado ao longo dos anos estavam em risco. Foi nessa altura que se espalhou a imagem viral — em francês, inglês ou espanhol. Em português há várias versões, uma delas inclui mais detalhes sobre Shamsia Hassani, “33 anos, grafiteira e professora na Universidade de Cabul”. Recently I noticed that hundreds of social media users shared this image as my artwork on their profiles/ pages, but this is not my artwork. I know that they wanted to support me and my art but please make sure to give the credit to the real artist. pic.twitter.com/MGRf5776cB — Shamsia Hassani (@ShamsiaHassani) September 13, 2021 É verdade que Hassani tem 33 anos, dá aulas de desenho e desenho anatómico na Universidade de Cabul e faz painéis de graffiti. O seu site oficial diz que é “a primeira artista feminina de graffiti no Afeganistão” e que através das suas obras representa “mulheres afegãs numa sociedade dominada por homens”. Porém, a imagem em causa — que nada tem a ver com graffiti — não lhe pertence. A própria clarificou a situação através do Twitter: Recentemente reparei que centenas de utilizadores das redes sociais partilharam esta imagem nos seus perfis como sendo o meu trabalho, mas este não é o meu trabalho. Sei que queriam apoiar-me a mim e à minha arte mas, por favor, certifiquem-se de que dão crédito ao verdadeiro artista.” Então, quem é o autor da imagem? Fazendo uma pesquisa através da mesma, rapidamente se descobre a origem. A foto foi pensada por uma agência publicitária da República Checa, a Y&R, para promover a revista “Reporter”, uma publicação do Instituto de Tecnologia de Rochester (Nova Iorque, EUA). A mulher que aparece no centro segura uma edição da publicação — e não um livro vermelho, como se vê na publicação que se tornou viral no Facebook. A imagem tem, aliás, mais duas semelhantes, todas parte da mesma campanha publicitária. Além da mulher de cara destapada, há um soldado que caminha no sentido oposto ao dos restantes companheiros e ainda um homem que, em vez de seguir um protesto, se afasta dele. Todos têm nas mãos exemplares da “Reporter”. A coleção, intitulada “Changing Your Perspective — Questioning Radicalism” (“Mudando a Sua Perspetiva — Questionando o Radicalismo”), pegou em “três tópicos que foram incluídos na revista este ano e que demonstram como a informação que a ‘Reporter’ fornece tem o poder de mudar a sua perspetiva”, pode ler-se na descrição. O “ano” a que se refere o texto é 2018. Foi em abril de 2018 que a campanha foi divulgada. Paul Hejny foi o fotógrafo responsável. No seu Facebook, o checo partilhou em fevereiro de 2020 a vitória do trabalho nos Moscow International Foto Awards (MIFA). Foi primeiro classificado na categoria de publicidade. Hejny explicou que a “Reporter” é uma “revista mensal que se foca no jornalismo de investigação. Cobre assuntos importantes, muitas vezes controversos”. Além desta distinção, as imagens já tinham vencido o Leão de Prata na categoria de Impressão e Publicação da edição de 2018 do festival de criatividade Cannes Lions. Conclusão Não é verdade que a imagem de uma mulher de cara e cabelo destapados que se afasta de outras mulheres de burca tenha sido criada por uma artista afegã como protesto. A foto é de 2018 e faz parte de uma campanha publicitária que pretendia promover uma revista de jornalismo de investigação, a “Reporter”. A publicação viral foi alterada: o livro de capa vermelha que a figura central segura é, na versão original, um exemplar da publicação “Reporter”. Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
schema:mentions
schema:reviewRating
schema:author
schema:datePublished
schema:inLanguage
  • Portuguese
schema:itemReviewed
Faceted Search & Find service v1.16.115 as of Oct 09 2023


Alternative Linked Data Documents: ODE     Content Formats:   [cxml] [csv]     RDF   [text] [turtle] [ld+json] [rdf+json] [rdf+xml]     ODATA   [atom+xml] [odata+json]     Microdata   [microdata+json] [html]    About   
This material is Open Knowledge   W3C Semantic Web Technology [RDF Data] Valid XHTML + RDFa
OpenLink Virtuoso version 07.20.3238 as of Jul 16 2024, on Linux (x86_64-pc-linux-musl), Single-Server Edition (126 GB total memory, 5 GB memory in use)
Data on this page belongs to its respective rights holders.
Virtuoso Faceted Browser Copyright © 2009-2025 OpenLink Software