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| - “A Polónia, cuja produção eléctrica depende a 80% do carvão, apostou na americana Westinghouse Electric Company para a implementação de seis reatores nucleares de 6,7 GW num contrato de 31,3 mil milhões de dólares. Para esta transição, a Polónia foi financiada pela União Europeia em 35,4 mil milhões de euros e o único ponto de divergência situou-se na independência do sistema judiciário polaco”, destaca-se num post de 30 de outubro no Facebook, enviado ao Polígrafo com pedido de verificação de factos.
Comecemos pelos valores: é um facto que o carvão gera 80% da eletricidade na Polónia. Além disso, confirma-se também que a Polónia tem procurado reduzir essa dependência e a solução escolhida deverá mesmo recair sobre a energia nuclear.
De acordo com o primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, o país (vizinho da Ucrânia) vai utilizar a “tecnologia confiável e segura” da norte-americana Westinghouse Electric Company num projeto de energia nuclear que será estabelecido na província da Pomerânia, perto da costa do Mar Báltico.
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Segundo noticiou a Associated Press, a Polónia prevê gastar 40 mil milhões de dólares norte-americanos para construir duas centrais nucleares com três reatores cada, a última a ser lançada em 2043. O acordo com os EUA e com a Westinghouse é válido para os três primeiros reatores da central que será instalada na Pomerânia. É possível que a eletricidade comece a ser produzida em 2033.
A Polónia terá ainda considerado ofertas de países como a França e a Coreia do Sul. O vice-primeiro-ministro polaco, Jacek Sasin, sugeriu porém que ainda pode haver um papel a desempenhar para a Coreia do Sul no projeto. Desde o início da invasão da Ucrânia por forças militares da Rússia que os EUA se tornaram num dos mais importantes aliados da Polónia, tendo inclusive reforçado a sua presença militar no país.
Quanto à União Europeia, o valor de financiamento está correto: 35,4 mil milhões de euros. Ainda assim, este montante é referente ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e não está ligado à implementação de reatores nucleares. De acordo com a Comissão Europeia, este é “um passo importante para a União Europeia desembolsar 23,9 mil milhões de euros em subvenções e 11,5 mil milhões de euros em empréstimos ao abrigo do Mecanismo de Recuperação e Resiliência (RRF na sigla em inglês)”.
“Este financiamento vai apoiar a implementação das medidas cruciais de investimento e reforma descritas no Plano de Recuperação e Resiliência da Polónia”, descreve a Comissão Europeia, permitindo assim que o país “possa sair mais forte da pandemia de Covid-19 e progrida com as transições verdes e digitais”
Sobre esta transição verde e digital, a “avaliação da Comissão Europeia conclui que o plano da Polónia dedica 42,7% da sua dotação total a medidas que apoiam os objetivos climáticos”. Dessa forma, “espera-se que a implementação do PRR contribua significativamente para a descarbonização da economia polaca, aumentando a quota de energias renováveis no cabaz energético, a eficiência energética da economia e a independência do abastecimento energético da Polónia”.
Entre as principais medidas destaca-se o financiamento substancial para centrais de energia eólica, bem como mudanças importantes na estrutura reguladora, facilitando a construção de parques eólicos. Além disso, espera-se que “a implementação do plano apoie a renovação de edifícios com eficiência energética, a modernização dos transportes ferroviários e rodoviários, a segurança rodoviária e o desenvolvimento de tecnologias de hidrogénio verde”.
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Avaliação do Polígrafo:
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