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| - “As autarquias foram quem mais abriu vagas a serem ocupadas por cidadãos nacionais ou estrangeiros da Comunidade Europeia. Aos 741.718 funcionários públicos juntam-se os funcionários de empresas municipais e associações financiadas pelo Estado português e a autarquia gestora. A governação de Portugal tem como base ser a maior entidade empregadora, obrigando a um esforço acrescido dos contribuintes nos impostos diretos e indiretos, assim como em taxas municipais. Mais de milhão e meio de cidadãos são pagos com dinheiro do erário público. Só estes se votarem num partido dá-lhes a governação direta”, acrescenta-se no texto da publicação, datada de 19 de agosto e remetida ao Polígrafo com pedido de verificação de factos.
Confirma-se que o “número de funcionários públicos aumentou 30% desde 2016”?
No dia 16 de agosto de 2022, a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) disponibilizou a “Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP) – 2.º Trimestre de 2022” (pode consultar aqui), uma publicação trimestral de divulgação dos principais indicadores estatísticos sobre o emprego público.
“A 30 de junho de 2022, o emprego no setor das Administrações Públicas situou-se em 741.698 postos de trabalho, assinalando um aumento de 13.997 postos de trabalho, correspondente a +1,9%, face a 31 de dezembro de 2011. No 2.º trimestre de 2022, o emprego aumentou 1,5% em termos homólogos e 0,1% face ao trimestre anterior”, informa-se no boletim.
“Em termos homólogos, a variação de +1,5% no emprego público resultou essencialmente do aumento na administração central (+1,1%, correspondente a mais 6.263 postos de trabalho) e na administração local (+2,3%, correspondente a mais 2.954 postos de trabalho). Na administração central, o aumento de emprego verificou-se essencialmente nos Estabelecimentos de Educação e Ensino Básico e Secundário (+2.660), nas Entidades Públicas Empresariais (EPE) do Serviço Nacional de Saúde (+2.074) e nas Unidades Orgânicas de Ensino e Investigação (+1.601). Entre as carreiras que mais contribuíram para o aumento homólogo do emprego na administração central salientam-se as carreiras de Educadores de Infância e Docentes do Ensino Básico e Secundário (+1.571), de técnico superior (+1.295), de enfermeiro (+990), de assistente operacional (+781) e das forças de segurança (+772)”, especifica a DGAEP.
“Em comparação com o final do trimestre anterior, o emprego no setor das Administrações Públicas aumentou 550 postos de trabalho (+0,1%), em resultado essencialmente do aumento do emprego na administração local (+1.213 postos de trabalho, correspondente a uma variação trimestral de +1,0%), já que na administração central se registou uma diminuição de 912 trabalhadores (-0,2% face ao trimestre anterior)”, acrescenta-se. “Na administração local, o maior contributo para o aumento de emprego foi dado pelas Câmaras Municipais (+901). Na administração central, assinala-se, face ao trimestre anterior, a diminuição de emprego na área governativa da Saúde (-1.460 postos de trabalho, sobretudo na carreira de médico, de assistente operacional e de enfermeiro), enquanto na Administração Interna o número de trabalhadores aumentou 1.289, refletindo, entre outros, as contratações a termo de vigilantes da floresta, que apresentam uma natureza sazonal, bem como de guardas da GNR”.
Ou seja, no final de junho de 2022 registava-se um total de 741.698 funcionários públicos. Consultando os dados da DGAEP verificamos que no final de 2016 contabilizavam-se 664.162 funcionários públicos. Em suma, desde 2016 houve um aumento de cerca de 11,7% no número de funcionários públicos em Portugal.
É uma percentagem (ou escala de aumento) quase três vezes menor do que a indicada na publicação que, assim, classificamos como errada ou falsa.
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Avaliação do Polígrafo:
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