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| - As novas imagens do momento da detenção de George Floyd, o afro-americano morto por um polícia que lhe provocou lesões fatais ao asfixiá-lo com um joelho no pescoço, estão a ser destacadas em várias publicações nas redes sociais. Numa delas garante-se que o vídeo prova que Floyd “resistiu à detenção” e “ameaçou uma mulher grávida com uma arma”.
No texto alega-se, igualmente, que o norte-americano se encontrava “drogado com uma quantidade quatro vezes superior à mortal de fentanil”.
“O homem dizia que não podia respirar até quando estava de pé”, acrescenta o autor da publicação.
As novas imagens do momento da detenção de George Floyd mostram o norte-americano a ameaçar uma mulher grávida com uma arma? Verificação de factos.
As imagens publicadas pelo “Daily Mail” não mostram que George Floyd ameace alguém em momento algum. Como se explica em artigo da Maldita.es, o vídeo, que dura oito minutos, começa por mostrar um dos polícias a ordenar a Floyd que coloque as mãos visíveis – tudo isto com uma arma apontada. Posteriormente, o agente retira o afro-americano do veículo e algema-o.
O vídeo, capturado pela câmara de corpo de um dos polícias, mostra depois as duas pessoas – um homem e uma mulher – que acompanhavam Floyd quando chegou a polícia. Enquanto o agente fala com eles, Floyd continua sob a guarda de outros agentes e de algemas postas. Há então um corte na filmagem e vê-se Floyd a ser levado para o local onde está o carro da polícia. Novamente, sem que se veja que agride ou ameaça alguém.
Esta acusação parece ir buscar referências a um outro caso envolvendo este cidadão norte-americano. Ainda assim, com informação igualmente falsa. Segundo as plataformas Snopes e Factcheck.org, Floyd foi condenado a cinco anos de prisão, no Texas, por um assalto violento em 2007. O acordão indica que apontou uma arma a uma mulher, mas a sentença não faz qualquer referência a que esta estivesse grávida.
As imagens divulgadas pelo “Daily Mail” também permitem esclarecer que Floyd não diz que não consegue respirar quando está de pé. Primeiro avisa os agentes que é “claustrofóbico” e só mais tarde, já dentro do carro, afirma que não pode respirar. Frase que continua a repetir quando o polícia o tenta dominar com um joelho no pescoço.
A publicação a circular na rede social Twitter volta a difundir informação falsa quando diz que Floyd apresentava uma taxa quatro vezes superior à quantidade considerada mortal de Fentanil, um opiáceo, no sangue.
O relatório da autópsia feito pelo Departamento de Medicina Legal do condado de Hennepin revelou que Floyd teve um ataque cardíaco ao ser imobilizado pelo polícia com um joelho pescoço. O documento confirma uma “intoxicação por fentanil”, mas não há qualquer referência à quantidade de substância detetada no sangue, nem a mesma é colocada na lista de causas de morte.
A publicação em análise, e que tem sido partilhada por mais do que um utilizador do Twitter, é falsa. Em nenhum momento do vídeo divulgado pelo “Daily Mail” é possível ver George Floyd a ameaçar uma mulher grávida com uma arma. Além, disso são também falsas as acusações de ter um valor quatro vezes superior ao considerado mortal de Fentanil no sangue, da mesma maneira que não se prova que tenha dito que não conseguia respirar quando ainda estava de pé.
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Avaliação do Polígrafo:
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