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| - Um estudo indiano publicado na revista científica Scientific Reports na semana passada não comprova que a hidroxicloroquina é eficaz contra a covid-19, como sugere publicação no Twitter. Um dos autores da pesquisa negou a afirmação.
O pedido de checagem foi enviado ao UOL Confere pelo WhatsApp (11) 97684-6049.
O que diz o post
Um texto publicado no Twitter retira trechos do estudo feito por pesquisadores indianos e sugere que o medicamento é eficaz contra a doença causada pelo coronavírus.
"O artigo publicado hoje na Nature Scientific Report é um tapa na cara daqueles que ainda hoje falam que a hidroxicloorquina é 'ineficaz' na COVID-19", escreve o autor do post distorcido.
Por que é distorcido
O post retira trechos verdadeiros do estudo sobre o uso de hidroxicloroquina para combater a covid-19, mas desinforma quando sugere que o medicamento é eficaz contra a doença. Subhash Chandra Yadav é enfático ao negar que essa pesquisa recomende o uso do remédio.
"De forma alguma [as pessoas devem usar hidroxicloroquina contra a covid-19], baseado apenas nesse estudo. Essa pesquisa não defende isso", disse ao UOL Confere o pesquisador do AIIMS, grupo que reúne universidades de medicina da Índia.
O médico explica que o estudo comprova que a hidroxicloroquina "pode não ser uma boa escolha para ser usada para curar a covid-19". Yadav diz que o uso preventivo do medicamento para retardar a infecção é "discutível", porém mais estudos são necessários.
Segundo o pesquisador, o estudo mostra que a hidroxicloroquina não foi útil nas células dos tipos macrófagos e neutrófilos, justamente onde poderia combater a doença. É a influência da covid-19 nessas células que causam a Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo, que pode levar à morte.
A conclusão do estudo indiano vai ao encontro com o que a Organização Mundial da Saúde afirma sobre a doença causada pelo coronavírus. Em publicação no site da instituição em março, a agência não recomenda o uso do medicamento contra a covid-19 (aqui).
"O uso de hidroxicloroquina para prevenção teve pouco ou nenhum efeito na prevenção de doenças, hospitalização ou morte por covid-19", diz a OMS baseado em um estudo sobre o tema. A organização ainda ressalta que o medicamento pode aumentar o risco de diarreia, náusea, dor abdominal, sonolência e dor de cabeça.
Viralização. A publicação, compartilhada no Twitter na segunda-feira (7), registra 180.5 mil visualizações, 6.868 curtidas e 2.693 retuítes.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
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