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| - É falsa uma postagem que diz que o Fórum Econômico Mundial mandou o governo proibir a Bíblia e reescrevê-la usando inteligência artificial.
O boato distorce declarações do historiador israelense Yuval Noah Harari, que não faz parte do fórum.
O que diz o post
"Inteligência artificial vai reescrever a Bíblia?", diz um texto sobreposto ao vídeo.
Na gravação, uma mulher aparece em frente a uma notícia com o título: "WEF [Fórum Econômico Mundial] ordena que o governo proíba a Bíblia e publique a versão 'verificada' sem Deus".
O subtítulo da matéria é: "O Fórum Econômico Mundial pediu que as escrituras religiosas sejam 'reescritas' pela inteligência artificial para criar uma 'nova Bíblia'".
"O Fórum Econômico Mundial pediu que as escrituras religiosas sejam reescritas pela inteligência artificial para criar uma 'nova Bíblia' globalizada", diz a mulher. "Está claro que Klaus Schwab [fundador do Fórum] está tentando suplantar Jesus".
Por que é falso
O texto do boato é uma tradução de um vídeo publicado por uma página conspiracionista em inglês. A filmagem distorce uma série de falas do escritor israelense Yuval Noah Harari sobre a Bíblia, o homem e a IA em uma palestra na Fundação Francisco Manuel dos Santos, em Lisboa, em maio deste ano. O discurso está disponível no canal do historiador no YouTube (aqui).
Na fala original, tirada de contexto pela matéria, Harari não defendeu que a Bíblia seja reescrita por meio de IA. Ele, na verdade, comentou hipoteticamente a possibilidade de uma religião elaborar seu livro sagrado com o uso de inteligência artificial no futuro.
Yuval Noah Harari também não representa o Fórum Econômico Mundial. No site da entidade (aqui) e em sua página oficial (aqui), o escritor é apresentado como professor do Departamento de História da Universidade Hebraica, em Jerusalém.
Outros veículos internacionais, como a Reuters (aqui e aqui) e o veículo irlandês The Journal (aqui), já desmentiram a alegação de que Harari faça parte da entidade.
Não há nos canais oficiais do Fórum Econômico Mundial ou publicações da imprensa profissional que informem que a entidade tenha ordenado que a Bíblia seja proibida e escrita novamente com uso de IA (aqui).
Viralização. Compartilhado em 30 de junho no Instagram, o conteúdo soma 5.377 curtidas, 476 comentários e 1,4 mil visualizações nas últimas 24 horas.
O mesmo vídeo foi compartilhado em 14 de junho por Léo Maranhão no Twitter. Lá, o conteúdo atingiu 2,9 mil visualizações.
O conteúdo também foi checado pela Reuters do Brasil.
Sugestões de checagens podem ser enviadas para o WhatsApp (11) 97684-6049 ou para o email uolconfere@uol.com.br.
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