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| - “Pensamos não ser necessário dizer mais nada. Todos entenderão”, comenta-se na publicação, exibindo uma imagem do recém-falecido Marcelino da Mata ao lado da seguinte mensagem em destaque: “Chega foi o único partido representado no funeral do tenente-coronel Marcelino da Mata”.
O próprio líder do partido, André Ventura, também partilhou essa mesma publicação, no dia 15 de fevereiro, sublinhando: “Os únicos! Mostra bem o país que temos e os partidos ‘mariquinhas‘ que andavam a dominar o espaço público em Portugal! Nós, no Chega, não temos medo de assumir a nossa História!”
O problema é que, na verdade, o Chega não foi “o único partido representado” no funeral de Marcelino da Mata.
Esta alegação foi desde logo desmentida no mesmo dia pelo partido Ergue-te, sucedâneo do Partido Nacional Renovador (PNR), em publicação no Facebook.
“Uma delegação do partido Ergue-te esteve presente, e em maior número, na cerimónia fúnebre de despedida do tenente-coronel comando Marcelino da Mata, tal como esta simples fotografia que aqui publicamos comprova. Esta é uma ridícula tentativa do partido Chega se apropriar da figura do venerável militar, quando, através de uma breve visita à sua página institucional, não se encontra ali qualquer menção ao falecimento deste herói nacional”, lê-se no texto.
O partido liderado por José Pinto Coelho deixa ainda um lamento, classificando como “falsa” e “patética” a “atitude do Chega”, uma vez que este “detém um lugar na Assembleia da República e o seu deputado não usou as suas prerrogativas para sequer sugerir um voto de pesar pelo falecimento de Marcelino da Mata”.
Além do Chega e do Ergue-te, também o CDS-PP marcou presença no funeral de Marcelino da Mata que se realizou na segunda-feira, dia 15 de fevereiro, no cemitério de Queluz.
Em declarações ao Polígrafo, o gabinete do presidente do CDS-PP confirma que o partido “esteve representado no funeral do tenente-coronel Marcelino da Mata pelo dirigente nacional Miguel Alvim, a pedido expresso de Francisco Rodrigues dos Santos”.
Igualmente presente esteve o PDR – Partido Democrático Republicano, cuja comitiva foi liderada pelo residente, Bruno Fialho, e pelo Conselheiro Nacional, Manuel Mendes Ferreira. Na página de Facebook do partido foi partilhada uma fotografia de um dos momentos das cerimónias fúnebres e publicada uma mensagem de condolências à família e amigos do militar.
Pelo que concluímos ser falsa a alegação de que o Chega foi o único partido representado no funeral em que também marcaram presença o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o Chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, almirante Silva Ribeiro, e o Chefe do Estado-Maior do Exército, general Nunes da Fonseca.
Na cerimónia, transmitida em direto no Facebook por uma página denominada como “Regimento de Comandos da Amadora”, de iniciativa privada, cumpriu-se um minuto de silêncio, os ex-militares gritaram mama sumae (o grito dos comandos) e aplaudiram a entrada do carro funerário no cemitério, com a urna coberta pela bandeira nacional, um direito concedido aos ex-combatentes, segundo a porta-voz do Exército.
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Nota editorial: Este artigo foi atualizado às 12h10 do dia 18 de fevereiro de 2021 com a informação de que uma comitiva do PDR – Partido Democrático Republicano também marcou presença no funeral de Marcelino da Mata. A avaliação desta verificação de factos não foi alterada.
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Avaliação do Polígrafo:
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