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| - A ministra brasileira Damares Alves, responsável pela pasta da Mulher, Família e Direito Humanos, está no centro de uma nova manobra de desinformação no Brasil: uma publicação que se está a tornar viral garante que a ministra entregou um projeto de lei ao Congresso com o objetivo de limitar as práticas sexuais dos cidadãos apenas para efeitos reprodutivos.
A governante surge como autora de um “projeto de lei que limita o sexo apenas entre casais heterossexuais e com a finalidade exclusiva de procriação”, avançando com “a criminalização do sexo anal e da masturbação com a finalidade de evitar a morte de milhões de espermatozóides que diariamente são assassinados em prol do simples prazer carnal”.
Na imagem surge o alegado logotipo da plataforma de notícias G1, numa tentativa de credibilização da notícia. No entanto, é precisamente o cabeçalho que denuncia tratar-se de uma falsificação. Ao visitar o site oficial do G1 é possível ver que o layout utilizado na publicação está errado. Enquanto na imagem publicada o logotipo do jornal aparece no centro, ao visitar uma página verdadeira o mesmo aparece do lado esquerdo. Além disso, não existem tantas referências à partilha no Facebook como na publicação falsa.
Desde que assumiu funções, Damares Alves tem estado envolvida em diversas polémicas devido às suas ideias, principalmente no que toca à sua posição sobre a homossexualidade. A ministra afirmou que o sexo de “mulher com mulher” é uma “aberração” e uma “doença”, defendendo a “cura sexual” através de Igreja Evangélica.
Para além do layout incorreto, a “notícia” tem ainda erros de português e não apresenta qualquer fonte confiável ou citação do documento, o que são habitualmente sinais que levantam dúvidas sobre a veracidade da informação.
O site de verificação de notícias boatos.org investigou o assunto e não encontrou qualquer referência à existência de um projeto de lei, criado pela ministra, que tenha dado entrada no Congresso. Se a informação fosse verdadeira, e o assunto seria noticiado pelos jornais brasileiros.
O atual presidente do Brasil disse, numa entrevista à Playboy em 2011, que era “incapaz de amar um filho homossexual” e que preferia “que um filho morresse num acidente” do que se assumisse homossexual.
Desde que assumiu funções, Damares Alves tem estado envolvida em diversas polémicas devido às suas ideias, principalmente no que toca à sua posição sobre a homossexualidade. A ministra afirmou que o sexo de “mulher com mulher” é uma “aberração” e uma “doença”, defendendo a “cura sexual” através de Igreja Evangélica. Também recentemente a ministra recusou a existência da identidade de género dizendo que o “homem tem uma identidade biológica”, ou seja quando nasce “macho é macho”.
As declarações homofóbicas foram uma constante durante a campanha de Jair Bolsonaro. O atual presidente do Brasil disse, numa entrevista à Playboy em 2011, que era “incapaz de amar um filho homossexual” e que preferia “que um filho morresse num acidente” do que se assumisse homossexual.
O clima de tensão é tal que o deputado Jean Wyllys, que assumiu publicamente a sua homossexualidade, anunciou que ia abandonar o país por não se sentir seguro. Wyllys esteve em Coimbra, no final de fevereiro, onde foi recebido por uma manifestação de apoio – com cerca de duas centenas de pessoas – e por um protesto contra a sua presença na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra, organizada pelo Partido Nacional Renovador, que juntava cerca de uma dezena de manifestantes de extrema-direita.
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