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| - “Confirma-se que o ‘Pelorus’ está atracado, hoje [dia 4 de março], na Rocha Conde d’Óbidos, em Lisboa. No entanto, acabam de verificar a documentação e não pode ser apreendido. É propriedade de um cidadão nacional, natural da Chamusca, o Sr. Romão António Abramovich”. As palavras são de troça e ironia, mas não deixam de transmitir algumas informações falsas.
É realmente verdade que o “Pelorus”, assim batizado em 2003, já pertenceu a Roman Abramovich. Mas a sua história começa antes disso. O nome foi-lhe dado ainda na Alemanha e tem origem na palavra grega Pelorios, que significa vasto. O que não é de todo desadequado, já que este é um dos maiores iates do mundo.
Construído no estaleiro alemão Lürssen, com sede em Bremen-Vegesack e instalações de construção naval em Lemwerder, Berna e Bremen-Fähr-Lobbendorf, o primeiro dono do “Pelorus” foi o sheikh Abdul Mohsen Abdulmalik Al-Sheikh, um empresário da Arábia Saudita, que pouco tempo depois o vendeu a Abramovich.
De acordo com informações divulgadas num site dedicado a “mega-iates” – com dados sobre os donos e as características técnicas das embarcações -, Abramovich efetuou algumas alterações no “Pelorus” que, porém, acabou por ficar na posse da sua ex-companheira, Irina Abramovich, quando os dois anunciaram o divórcio, em 2009.
Assim, já em 2011, o “Pelorus” foi oficialmente vendido ao filantropo norte-americano David Geffen, por 150 milhões de euros. Nesse mesmo ano, num negócio que já beneficiou Geffen, um dos co-fundadores dos estúdios DreamWorks, o iate foi vendido ao sheikh Abdullah bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, atual ministro dos Negócios Estrangeiros dos Emirados Árabes Unidos, por 214 milhões de euros.
Por fim, em agosto de 2016, o “Pelorus” foi vendido ao multimilionário chinês Samuel Tak Lee. Segundo a mesma fonte, “em novembro de 2017, o ‘Pelorus’ esteve no Grande Prémio de Abu Dhabi [de Fórmula 1], atracado ao lado da pista”. Voltou a ser visto nesse local no Grande Prémio do ano seguinte.
Em conclusão, desde há mais de uma década que não pertence a Abramovich.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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