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| - “Passes gratuitos em Lisboa para estudantes. Parece fantástico, não? Agora só é preciso que o sistema funcione. Apesar de serem gratuitos é necessário no início de cada mês fazer um carregamento de 0€. No dia 1, fomos tentar. Acontece que a CML ainda não enviou a informação para o sistema. Solução: carregar o cartão com dinheiro ou dizer ao miúdo para andar a pé”, destaca-se numa publicação no Facebook, datada de 3 de outubro.
Os passes de transportes públicos gratuitos para séniores e estudantes residentes em Lisboa foi uma das principais bandeiras de Carlos Moedas na campanha eleitoral que culminou na sua eleição para a Presidência da autarquia de Lisboa, em setembro de 2021. Desde o mês passado que os jovens estudantes com idade compreendida entre os 13 e os 23 anos, com morada fiscal na capital, podem usufruir de deslocações gratuitas nos transportes da Carris, Metropolitano de Lisboa, CP e Fertagus.
Contactada pelo Polígrafo, fonte oficial da Câmara Municipal de Lisboa (CML) explica que para ativar a gratuitidade dos passes em causa “é necessário entregar uma declaração de matrícula que ateste que o jovem está matriculado numa escola”, bem como uma “prova de que o titular do cartão tem residência fiscal em Lisboa – mediante a apresentação do cartão de cidadão ou através da entrega de uma certidão de domicílio fiscal.”.
Além disso, esclarece que o carregamento para jovens estudantes deve ser realizado mensalmente com o título “Navegante Lisboa”. “Não se trata apenas de uma ativação, mas sim de um carregamento mensal no cartão. A gratuitidade funciona como um desconto de 100% na aquisição do título de transporte, não dispensando que este tenha de ser mensalmente carregado, à semelhança do que é feito com todos os carregamentos de passes mensais, mesmo naqueles que são dirigidos a estudantes”, informa.
A mesma fonte garante que o modelo e requisitos adotados para a implementação de transportes gratuitos em Lisboa está assente em tudo o que estava já em vigor e definido em portaria. Ou seja, “a CML não criou e não definiu quaisquer outras regras de bonificação para o acesso aos referidos títulos de transporte, pelo que a adesão à gratuitidade é suportado no atual modelo de funcionamento gerido pela Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML)”.
Questionada sobre a existência de queixas relacionadas com o mau funcionamento da aquisição dos passes de estudantes lisboetas, a autarquia garante que a TML “não tem registo de quaisquer reclamações ou anomalias no funcionamento e carregamentos do sistema”.
“Sempre que nos têm sido reportados algumas dificuldades, procuramos ver a melhor forma de serem atenuadas e se possível resolvidas”, garante a CML, que lamenta “alguns possíveis incómodos próprios desta altura de maior pressão no regresso às aulas em muitas universidades“. E acrescenta: “Esta grande adesão revela também que a decisão tomada de promoção do transporte público, de combate às alterações climáticas e de apoio social foi bastante importante para muitas pessoas e famílias”. Revela ainda que já foram emitidos mais de 50 mil passes gratuitos emitidos até ao momento.
Tal como noticiou o jornal “i”, na sexta-feira, 7 de outubro, a possível causa para o aumento da procura nos centros de atendimento ao público é precisamente a recém-criada gratuitidade dos passes para residentes da capital com mais de 65 anos, bem como para estudantes que residam em Lisboa até aos 23 anos. O jornal destacou casos de vários utilizadores que relatam ter gasto não só tempo, em longas filas de espera, mas também dinheiro em títulos individuais nas várias tentativas de carregar o passe para o mês de outubro.
O executivo liderado por Carlos Moedas assinala um “esforço muito considerável para aumentar a capacidade de resposta com mais postos abertos nas lojas para adesão ao passe gratuito”, bem como a “sua colocação em diversos estabelecimentos de ensino superior, aumentando a capacidade de resposta junto dos estudantes”. Reconhece, no entanto, que “em muitos dos outros operadores fundamentais do sistema, e que não ‘dependem’ da CML, esse reforço não foi assumido“.
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Avaliação do Polígrafo:
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