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| - “Aquilo que se me oferece dizer é pedir desculpa aos meus jogadores, pedir desculpa em geral. Primeira vez na minha carreira que sou expulso e acho que isso diz tudo. Nunca tinha sido expulso anteriormente”.
Estas foram as declarações de Paulo Sérgio, treinador do Portimonense, na conferência de imprensa após o jogo contra o FC Porto, a propósito do conflito entre os dois técnicos principais que levaria à exclusão de ambos.
O Polígrafo analisou o percurso do agora treinador do Portimonense para verificar se, de facto, nunca antes tinha sido expulso. E concluiu que, afinal, esta não foi a estreia de Paulo Sérgio nesse papel: nas 16 temporadas que leva como líder de equipas, já em outras ocasiões tal aconteceu.
Nos 14 clubes e sete países por onde passou (incluindo Portugal), antes do Portimonense-FC Porto do último sábado, Paulo Sérgio já tinha recebido a sanção máxima de um árbitro, pelo menos, por três vezes.
Aqui fica o registo:
Olhanense – Sporting (2-2)
Liga Portuguesa 2010/2011 – 19ª Jornada
12 de fevereiro de 2011
Aos 80 minutos, pouco tempo decorrido da equipa que treinava (Sporting) ter desperdiçado a vantagem de dois golos que conquistara, Paulo Sérgio foi expulso por Olegário Benquerença por se ter excedido nos protestos. No final do jogo, admitiu que a penalização fora justa mas que “o campo estava inclinado”, uma referência para transmitir a ideia de influência do árbitro no resultado. A Liga Portuguesa de Futebol aplicou-lhe suspensão de 10 dias (o equivalente a um jogo).
Hearts – Kilmarnock (0-1)
Liga Escocesa 2011/12 – 13ª jornada
29 de outubro de 2011
Aos 55 minutos, na sequência do penálti assinalado a favor da equipa adversária que determinaria o desfecho do jogo – e já depois de um cartão vermelho mostrado a um jogador seu (aos 16 minutos) -, Paulo Sérgio contestou veementemente aquela decisão do árbitro, Alan Muir, e este ordenou-lhe que abandonasse a zona contígua ao relvado. Confrontado com o que aconteceu, o treinador explicou que pontapeara o banco de suplentes para descarregar a frustração, não sabendo que tal era proibido na Escócia. A federação escocesa puniu-o com cinco jogos de suspensão por “uso contínuo de linguagem e comportamento ofensivos” e “adotar um comportamento agressivo em relação ao árbitro”.
Maribor – Apoel (0-0)
Liga dos Campeões 2013/14 – 3ª Pré-eliminatória (2ª mão)
6 de agosto de 2013
Paulo Sérgio treinava os cipriotas do Apoel, que jogavam a 2ª mão da eliminatória na Eslovénia, após um empate 1-1 no jogo realizado no Chipre. A cinco minutos do fim, com resultado 0-0 que eliminaria o Apoel, o treinador português viu o árbitro bielorusso, Aleksei Kulbakov, expulsar um seu avançado. A reação de Paulo Sérgio foi tão enérgica quanto subsequente a ordem do “juiz de campo” para que se retirasse do banco de suplentes. Quando começa a abandonar a sua zona técnica em direção à bancada, Paulo Sérgio faz um gesto obsceno com o dedo médio dirigido ao árbitro. A UEFA suspendeu-o apenas por um jogo, já que o relatório de infração apenas mencionou os protestos.
Nestes três casos, Paulo Sérgio teve ordem de expulsão e não viu cartão vermelho, uma vez que até ao final da década passada não eram mostrados cartões aos treinadores, mas sim dadas advertências (que tinham como grau mais elevado ou formal a indicação para se retirar da área onde estão os intervenientes do jogo).
Portanto, apesar de muito distante das quase duas dezenas de expulsões de Sérgio Conceição, é falso que Paulo Sérgio nunca tenha sido expulso antes do último jogo Portimonense-FC Porto. Ao contrário do que o próprio afirmou, tal sucedeu, pelo menos, em três jogos: 2011 (Sporting e Hearts) e 2013 (Apoel).
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Avaliação do Polígrafo:
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