schema:text
| - A desconfiança foi lançada no grupo de Facebook “Concurso externo de ingresso na PJ”, uma página que reúne informalmente interessados em seguir a carreira da investigação criminal na Polícia Judiciária, e está relacionada com o último concurso público para admitir inspetores: “Não é do meu interesse, mas pode ser do interesse de muita gente. Alguém me consegue explicar como é que esta menina/senhora (não faço ideia), não passa nos exames médicos, não possui nota de psicotécnicos, tem nota de entrevista de 17 valores e tem nota final de 15,5?”.
A acompanhar o texto, surgem duas imagens com tabelas: numa delas, é possível verificar que, em frente ao nome da candidata no centro da polémica, Sara Pinto dos Santos, surge a expressão “não apto”; na outra, é visível que a classificação final da mesma concorrente é de 15,5 valores, uma das mais altas entre os 100 selecionados.
Sendo assim, parece que as imagens comprovam, pelo menos, que Sara Pinto dos Santos não superou com sucesso uma das provas e ainda assim conseguiu uma nota final de 15,5 valores. Este facto sugere que poderá ter existido favorecimento por parte do júri do concurso, uma vez que a classificação como não apto em testes médicos ou psicotécnicos significa, só por si, a eliminação do candidato.
Porém, será que a alegação que circula nas redes sociais tem sustentação nos factos?
A resposta é não.
O Polígrafo contactou a Polícia Judiciária que, numa nota enviada à nossa redação, confirma o incidente: “A 26 de outubro, foi publicada uma lista parcial, referente aos resultados dos exames médicos. Por indicação da entidade responsável pela bateria de exames médicos, que é externa à Polícia Judiciária, a candidata Sara Pinto dos Santos foi sinalizada como não apta”.
“Não é do meu interesse, mas pode ser do interesse de muita gente. Alguém me consegue explicar como é que esta menina/senhora (não faço ideia), não passa nos exames médicos, não possui nota de psicotécnicos, tem nota de entrevista de 17 valores e tem nota final de 15,5?”.
Porém, fonte oficial da PJ esclarece que o sucedido teve origem num erro da responsabilidade da equipa que faz os exames médicos: “A 5 de novembro, na verificação final dos resultados, esta entidade constatou que, por mero lapso, tinha prestado uma informação incorreta. De imediato, informou o júri do procedimento concursal que, logo de seguida, corrigiu a lista parcial dos exames médicos e convocou a candidata para as provas subsequentes.
O Polígrafo contactou a Polícia Judiciária que, numa nota enviada à nossa redação, confirma o incidente: «A 26 de outubro, foi publicada uma lista parcial, referente aos resultados dos exames médicos. Por indicação da entidade responsável pela bateria de exames médicos, que é externa à Polícia Judiciária, a candidata Sara Pinto dos Santos foi sinalizada como «não apta».
A PJ informa ainda que, depois do mal entendido, a candidata em questão acabou por ter uma classificação favorável nos exames psicológicos e uma nota de 17 valores na entrevista de seleção, classificações que convergiram numa média final de 15,5.
No site da Polícia Judiciária todos os dados relativos à classificação dos candidatos confirmam a informação prestada pela PJ ao Polígrafo. Também a aspirante a inspetora, sobre a qual recaíam suspeitas de favorecimento, usou as redes sociais para esclarecer o lapso de que foi vítima.
Em conclusão, é falso que a Polícia Judiciária tenha admitido uma candidata a inspetora inapta médica e psicologicamente, condição que, segundo a lei, implicaria a desclassificação imediata da concorrente em causa. O que aconteceu, em bom rigor, foi um erro da equipa que faz os testes médicos, que, por lapso, considerou a candidata como inapta. No entanto, assim que a falha foi detetada, a aspirante a investigadora foi chamada a realizar os testes seguintes e conseguiu, pela média de todas as provas, ser admitida para o curso de inspetores.
____________________________
Avaliação do Polígrafo:
|