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| - O que estão compartilhando: um vídeo que mostraria crianças enfileiradas na escola para tirar foto com um mesmo prato de comida. “Na Venezuela de Maduro, amigo de Lula, nenhum estudante passa fome... Todos têm lanche. As fotos estão aí para provar”, ironiza a legenda da postagem.
O Estadão Verifica investigou e concluiu que: é enganoso. A gravação não é recente, e nem foi filmada na Venezuela. O registro, na realidade, foi feito na Colômbia em 2016. À época, o vídeo foi publicado por uma professora para denunciar irregularidades no programa de alimentação da escola em que trabalhava.
Saiba mais: diferentes postagens virais compartilham uma gravação que mostra uma fila de estudantes para tirar foto com um prato de comida, o mesmo para todos. Os conteúdos alegam que a situação foi registrada na Venezuela, mas isso não é verdade.
Por meio de uma busca reversa (saiba aqui como fazer), o Estadão Verifica identificou que o vídeo foi feito em 2016 em Aguachica, cidade na Colômbia. A gravação foi publicada pela professora Claribel Rodríguez com objetivo de denunciar a situação alimentar dos estudantes da escola Sagrado Corazón.
A empresa responsável pela merenda escolar foi acusada de fotografar os estudantes para “comprovar” o cumprimento do contrato. A situação foi gravada e publicada por Claribel em sua conta no Facebook.
“Quero compartilhar este vídeo e espero que você assista até o final. A injustiça cometida contra as crianças. Eles estão levando provas dos salgadinhos e como vocês podem ver: pegam o mesmo prato e copo para a foto (…) No final, as crianças recebem apenas um patacão [prato originário da Colômbia] com três tiras de frango desfiado nas mãos e sem as menores normas de higiene”, escreveu.
A gravação suscitou uma série de denúncias nos programas de nutrição infantil. No mesmo ano, o então prefeito de Aguachica, Henry Montes, acabou sendo preso, sob acusação de ter conhecimento das irregularidades nos contratos.
A alegação de que o vídeo teria sido registrado na Venezuela circula ao menos desde 2019. À época, o boato viral foi contestado pelo Verifica. Recentemente, a postagem também foi desmentida pela agência de checagem Aos Fatos.
Como lidar com postagens do tipo: tirar vídeos de contexto para atribuir um outro sentido a eles é uma tática comum de desinformação. Para evitar cair neste tipo de boato, é possível utilizar a busca reversa. Trata-se de uma ferramenta que ajuda a descobrir se uma determinada mídia já foi compartilhada antes na internet, em quais sites e em qual contexto.
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