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| - “O número de pessoas no mundo duplicou em 50 anos. O número de pessoas a viver em pobreza extrema passou para metade no mesmo período, apesar do crescimento da população. Milagres operados pelo desenvolvimento económico e tecnológico que ninguém anteciparia”, escreveu esta quarta-feira o deputado liberal Carlos Guimarães Pinto, no Twitter.
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As contas não vêm a despropósito, já que foi no dia anterior, 15 de novembro, que o mundo ultrapassou a barreira dos 8 mil milhões de habitantes (de acordo com estimativas), um número que preocupa muitas pessoas (cientes da teoria populacional malthusiana) e que deverá continuar a crescer nos próximos anos, até finalmente estabilizar.
Quanto aos números, o facto é que Guimarães Pinto acertou em cheio: de acordo com o portal “Worldometer“, que se baseia em dados permanentemente atualizados da Organização das Nações Unidas (ONU) e do Departamento de Censos dos EUA, em 1973 (ou seja, há cerca de 50 anos) contavam-se 3,93 mil milhões de pessoas no planeta Terra. Atualmente, estamos perante mais do dobro da população. O ritmo de crescimento será cada vez mais lento e prevê-se atingir 9 mil milhões de habitantes em 2037 e 10 mil milhões em 2057.
Só durante o século XX, a população mundial cresceu de 1,65 mil milhões para 6 mil milhões, mas tendo em conta o desacelerar da taxa de crescimento, o mais provável é que demoremos 200 anos a duplicar novamente o número de habitantes.
Quanto à percentagem de população que vive em situação de pobreza extrema, dados do portal “Our World in Data“, da Universidade de Oxford, Reino Unido, mostram que desde 1980, quando o mundo atingiu um pico de pessoas em situação de pobreza (1,92 mil milhões de pessoas), que este número tem vindo a diminuir. Para métodos de cálculo, é considerada em situação de pobreza extrema a pessoa que viva com menos de 1,9 dólares internacionais por dia.
Em 2015, último ano com dados atualizados, contabilizavam-se 733 milhões de pessoas nessa situação, menos de metade do número registado na década de 1980. Para termos de comparação, em 1970 (quando o mundo tinha metade dos habitantes), havia sensivelmente 1,77 mil milhões de pessoas pobres, quase 50% da população mundial.
As estimativas para 2022 mostram, porém, que a percentagem tem vindo a diminuir e que, este ano, há 523 milhões de pessoas em situação de pobreza extrema. Os números apontam para uma descida consecutiva até 2030, ano em que haverá “apenas” 446 milhões de pessoas nessa condição.
Um dado a destacar: entre 2015 e 2031, contrariamente à trajetória mundial, países como Angola, Sudão do Sul, Chade, Guiné Equatorial, Burundi e Iémen vão aumentar a fatia da população em situação de pobreza extrema em percentagens superiores a 50%. Angola é o país mais atingido e espera-se que passe de quase 7 milhões de pobres em 2015 para 13 milhões em 2031, um crescimento de 86%.
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Avaliação do Polígrafo:
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