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| - Em mensagem a circular na rede social Facebook, que conta já com mais de 4,9 mil partilhas, alega-se que “foi removido um vídeo alusivo às festas de Viana do Castelo sob o argumento daquele conter racismo”.
“O vídeo está constantemente a ser denunciado e removido de cada vez que é publicado”, lê-se ainda na publicação, na qual se considera também que o vídeo “tem absolutamente zero segundos” de racismo.
“Penso que ao ser publicado por contas próprias, os generais do politicamente correcto terão mais trabalho em denunciar; e trabalho é o que gente dessa precisa, na verdade”, escreve o autor da publicação, apelando à partilha das imagens no Facebook e Instagram.
O vídeo alusivo à “Romaria d’Agonia” foi mesmo banido das redes sociais devido a conteúdos racistas?
De facto, o vídeo em causa foi criado pela escola de dança “Arte em Movimento” e mostra vários bailarinos, vestidos com roupas tradicionais, a dançarem em diversos locais simbólicos ao som do tema “Stand Up” de Cynthia Erivo. A música faz parte da banda sonora do filme “Harriet”, de 2019, sobre a abolicionista Harriet Tubman.
A diretora artística da escola, Susana Domingues, através de um vídeo publicado na sua conta pessoal de Facebook (e que entretanto deixou de estar disponível ao público ou foi apagado), salientou que algumas pessoas criticaram a escolha da música por não ter relação com a cidade de Viana do Castelo e que também receberam mensagens que apontavam para supostos elementos de apropriação cultural e racismo.
Ao relatar o que aconteceu, Susana Domingues diz ter recebido uma notificação do Instagram indicando que o vídeo tinha sido alvo de denúncias relacionadas com racismo.
“Estava claro, evidente e explícito” na mensagem, alega Domingues, explicando que relacionou a notificação com as críticas recebidas.
“A notificação apareceu no ecrã do telemóvel, encaminhava para 3/4 passos e depois para um link onde se permitia contestar as acusações”, afima Domingues. Os responsáveis pelo vídeo questionaram os motivos da acusação e “ficaram a aguardar resposta”.
É então emitido um comunicado, segundo Domingues, com o objetivo de explicar tudo o que tinha acontecido a quem perguntava porque é que o vídeo tinha sido retirado. “Quisemos primar pela honestidade”, sublinha.
O caso chegou à comunicação social e, nas redes sociais, multiplicaram-se as publicações destacando que o trabalho da academia tinha sido removido do Facebook e do Instagram por denúncias de racismo.
Domingues explica que horas depois chegou a mensagem do Instagram a explicar que o vídeo relativo à “Romaria d’Agonia” não violava nenhuma norma relativa ao racismo , mas em que eram “pedidos os direitos de autor da música”.
A diretora artística assegura que o processo para adquirir os direitos de autor da música já avançou e que os responsáveis pelo trabalho aguardam a resposta da editora para que o vídeo possa voltar a ser publicado nas redes sociais.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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