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| - “Mais uma triste herança do socialismo nacional”, lamenta-se num post de 16 de julho no Facebook que tem por base um gráfico do “Instituto +Liberdade” sobre o poder de compra dos jovens portugueses. De acordo com os números apresentados, os “jovens com Ensino Superior perderam mais de 10% do poder de compra em menos de 10 anos“, ao passo que os jovens com o Ensino Básico ganharam 5% de poder de compra, um “aumento impulsionado pela subida do salário mínimo“.
Além disso, destaca-se, “cerca de 42% dos jovens adultos portugueses, com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos, terminaram com sucesso um curso superior, colocando Portugal acima da média europeia (41%), apesar de ainda estar na cauda da Europa no nível da escolaridade média dos nossos adultos”.
Ora, de acordo com o “Estado da Nação 2022“, relatório anual da Fundação José Neves que aborda temas como a educação e o desenvolvimento de competências, entre 2011 e 2019 “os salários apenas aumentaram para os menos qualificados“, sobretudo na faixa mais adulta da população.
Para os jovens, os aumentos (de 5% e 1%) deram-se para os detentores de Ensino Básico e Ensino Secundário, respetivamente. Para aqueles que completaram licenciatura, mestrado ou doutoramento, houve uma quebra de 15%, 12% e 22% nos salários.
“Estas tendências são confirmadas por outra fonte de dados que permite desagregar o salário líquido anual em diferentes faixas etárias e distinguir os diferentes ciclos do Ensino Superior”, nota o relatório, que refere ainda que “o aumento do salário médio entre 2011 e 2019 esteve limitado ao grupo de trabalhadores menos qualificados, o que se deve em grande medida ao aumento do salário mínimo e à evolução da negociação coletiva“.
Ainda assim, lê-se no documento, a “educação continua a compensar mesmo para os mais jovens“. Isto porque, apesar de “o salário real médio em 2019 ser ainda menor do que o de 2011 na maioria dos níveis de escolaridade, continuam a existir ganhos salariais associados à continuação de estudos para qualificações superiores. Desta análise fica claro que, em média, mais educação continua a compensar em termos salariais”.
“Em 2019, níveis de escolaridade mais elevados do que o Ensino Secundário, que hoje em dia é obrigatório, continuavam a compensar. Uma licenciatura trazia, em média, um salário 50% superior face ao Ensino Secundário e quem completava um mestrado ganhava, em média, mais 6% face a uma licenciatura. Os prémios salariais também se verificavam nos jovens adultos e eram superiores face à generalidade da população para os mestrados”, destaca-se.
Na faixa dos mais jovens, entre os 25 e os 34 anos, “o mestrado era já o nível de escolaridade que tinha o maior prémio salarial, com ganhos de 43% face ao Ensino Secundário e 15% face às licenciaturas. Durante a crise pandémica, os salários médios reais aumentaram para todos os níveis de escolaridade”.
“Esta subida pode não resultar de um aumento de salário efetivo por trabalhador, mas sim de um efeito estatístico resultante de uma recomposição do emprego“, ressalva-se, já que “este efeito é comum durante períodos recessivos em que os postos de trabalho eliminados são os mais frágeis, tipicamente com menos qualificações, experiência profissional e remunerações mais baixas, o que eleva o salário médio”.
Quanto ao número de jovens adultos portugueses que completaram o Ensino Superior, confirma-se mais uma vez que o número de portugueses a completar oEnsino Superior tem aumentado. Em 2020, cerca de quatro em cada 10 jovens adultos (41,9%), com idades compreendidas entre os 25 e os 34 anos, tinham um curso superior.
No mesmo ano, apenas 40,5% da população da União Europeia com idade entre 25 e 34 anos completou o Ensino Superior. “Há uma clara diferença de género entre aqueles com Ensino Superior: uma parcela maior de mulheres (46%) com idades entre os 25 e os 34 anos completou o Ensino Superior do que os homens (35%). Embora a proporção de homens com educação superior tenha aumentado nos últimos 10 anos, a taxa de crescimento tem sido mais lenta do que para as mulheres. Como resultado, a disparidade de género aumentou para 10,8 pontos percentuais face a 9,4 pontos percentuais em 2011″, informa o Eurostat.
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