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| - Um post distorce uma notícia do SBT, veiculada em novembro de 2022, para dar a entender que há, atualmente, um aumento rápido de infecções por covid-19 em 12 estados.
Ao contrário do que diz a postagem, as infecções pela doença diminuíram, segundo o Painel Nacional Covid-19 e o Our World In Data.
O que diz o post
"COVID-19" e "AUMENTO RÁPIDO DE CASOS ASSUSTA NO BRASIL!!!" aparecem sobrepostos ao vídeo de uma matéria do SBT.
Na matéria os apresentadores dizem: "12 estados do país registraram aumento nas infecções por coronavírus, segundo um novo boletim da Fundação Oswaldo Cruz. Em quatro semanas, quase metade dos casos de síndrome respiratória aguda grave foi consequência da covid-19".
O repórter continua: "A alta de casos acontece principalmente entre os adultos. Segundo o boletim Infogrip, o número de estados com crescimento triplicou desde a semana passada, agora registram o aumento de infecções: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Pará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo. No Rio de Janeiro, em apenas uma semana, os casos aumentaram em 330%, o que fez o governo estadual voltar com a recomendação do uso de máscaras no transporte público e em ambientes fechados. Em Minas Gerais, a prefeitura de Belo Horizonte tornou obrigatório o uso da proteção facial em postos de saúde, transporte coletivo, táxis e carros por aplicativo".
"Apesar de não ter aparecido no boletim da Fiocruz, a vigilância epidemiológica do Distrito Federal alertou para a tendência de alta de casos provocados pela sublinhagem da variante Omicron do coronavírus, a BQ.1. Nesta sexta-feira, a Pfizer anunciou que a vacina bivalente fabricada pelo laboratório gerou uma forte resposta imunológica contra esta sub variante. a vacina atualizada já é utilizada nos Estados Unidos e Europa. Por aqui, a Anvisa avalia desde setembro o pedido de uso emergencial do imunizante, enquanto isso, duas novas sublinhagens da Omicron foram detectadas pelo Instituto Butantan: a XBB.1 e a CK.2.1.1", conclui.
Por que é distorcido?
Reportagem é de novembro de 2022. A notícia do SBT foi publicada no canal do YouTube oficial da emissora. Veja abaixo o conteúdo.
Infecções caíram, segundo o levantamento da Universidade de Oxford. Desde 22 de dezembro de 2022, quando aconteceu o último pico da doença, os casos de covid-19 vêm caindo, com oscilações pontuais (aqui). Em 30 de julho deste ano, data mais recente disponível, foram registrados 8,27 casos para cada milhão de habitantes.
O número de infecções é o menor das últimas quatro semanas. De acordo com o Painel Nacional Covid-19, desenvolvido pelo Conass, na última Semana Epidemiológica registrada (13/08 - 19/08) foram confirmados 8.156 casos e 116 óbitos em decorrência da covid (aqui).
Casos de covid-19 estão em queda em 2023. Ainda segundo o mesmo levantamento, em 2022 houve 14.041.169 casos e 74.779 mortes. Já entre 1º de janeiro e 19 de agosto de 2023 houve 1.427.264 casos e 11.317 mortes. O que significa que em 2023 foram 12.613.905 casos a menos que em 2022 e 63.462 mortes a menos.
A matéria, compartilhada como atual nas redes, usa boletim emitido pela Fiocruz também em 2022 (aqui). No texto, a fundação apontou o crescimento de casos de covid-19 no País e o aumento da moderado da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em 12 estados brasileiros. Naquele cenário, os casos de covid-19 correspondiam a 47% dos resultados positivos para vírus respiratórios.
A matéria também cita que a vigilância epidemiológica do Distrito Federal alertou para a tendência de alta de casos provocados pela sublinhagem da variante Omicron do coronavírus, a BQ.1. Mas o anúncio foi feito em 11 de novembro de 2022 (aqui).
Linhagens da Omicron citadas como recentes descobertas da Fiocruz foram identificadas no ano passado. A Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, coordenada pelo Instituto Butantan, detectou duas novas sublinhagens da cepa ômicron do vírus causador da covid-19 pela primeira vez no Brasil, XBB.1 e CK.2.1.1 no último 17 de novembro de 2022 (aqui).
A vacina bivalente, inclusive, já foi aprovada pela Anvisa. A Agência aprovou o registro definitivo do imunizante contra a covid-19 fabricado pela Moderna e comercializado pela Adium S.A em 26 de junho deste ano (aqui).
Viralização. Publicado em 20 de agosto, o conteúdo soma, hoje (28), 242 mil visualizações, 3,1 mil curtidas e 1,8 mil comentários.
O conteúdo também foi checado pelo Estadão Verifica.
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