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| - “Basta informar-se, para não ser manipulado pelos media. Não há neo-nazistas na Ucrânia, porque o presidente é judeu. Artem Bonov, figura máxima da polícia de Kiev“, lê-se na legenda de uma publicação no Facebook, datada de 22 de março.
No post é difundida uma montagem de várias fotografias do suposto polícia, com tatuagens de cruzes suásticas e diversa simbologia nazi. Uma das imagens mostra Bonov vestido com o que parece ser o uniforme de uma força de segurança e está a ser utilizada como prova de que este é o atual comandante da polícia de Kiev.
Mas essa alegação é falsa. O homem que surge nas imagens chama-se Artem Bonov Zalesov, um neonazi ligado ao Batalhão Azov, uma unidade de combate ucraniana ultra-nacionalista. E não, este indivíduo não é comandante da da polícia de Kiev. Aliás, nem sequer é (ou foi) membro dessa força de segurança.
O cargo de chefia da unidade policial da capital ucraniana é exercido por Andriy Nyebytov, devidamente identificado no site oficial da Polícia Nacional da Ucrânia. Consultando a lista de diretores da Polícia Nacional em Kiev verifica-se que Bonov também não consta dos nomes indicados.
Uma das fotografias a ser disseminada mostra o neonazi com um uniforme da Polícia Nacional da Ucrânia. Tal como apurou a plataforma de fact-checking grega “Ellinika Hoaxes“, esta imagem circula nas redes sociais desde dezembro de 2014.
O brasão visível no uniforme corresponde à antiga insígnia da organização que, até 2015, era coordenada pelo Ministério da Administração Interna da Ucrânia. Em 2015, a Polícia Nacional da Ucrânia passou a ser coordenada pelo Conselho de Ministros do país e o brasão do uniforme foi alterado.
Também não existem informações que provem que Bonov trabalhou enquanto membro desta unidade policial antes de 2015, mas são vários os rumores a circular online sobre o assunto. Isto porque o militar surge numa série de fotografias e vídeos captados dentro do edifício do escritório central da polícia de Kiev, por exemplo com um grupo de homens a fazer a saudação nazi.
O jornal ucraniano “Korrespondent“, noticiou, em dezembro de 2014, que o Ministério da Administração Interna na região de Kiev negou os rumores que circulavam nas redes sociais de que os membros nazis fotografados e gravados nas instalações da unidade policial trabalhavam enquanto agentes desta autoridade.
O Ministério da Administração Interna confirmou que a fotografia foi, de facto, captada na sala de reuniões da principal sede da polícia da região de Kiev. No entanto, garantiu em comunicado que “nenhum daqueles retratados em vídeo” era, naquela altura, “membro dos órgãos de assuntos internos da Ucrânia”.
“No Verão, quando foram formados batalhões para fins especiais, como a região de Kiev, Myrotvorets , Azov, foi criado um ponto de encontro nesta sala no quarto andar do prédio administrativo, onde todos os que queriam, voluntários, se reuniam”, esclareceu ainda a mesma fonte.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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