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  • Uma publicação viral no Facebook alega que as pestanas falsas foram inventadas por uma prostituta londrina em 1882. A história já foi desmentida, mas continua a ganhar fôlego através de partilhas e comentários na rede social. A versão inicial conta que Gerda Puridle, uma prostituta londrina, teria inventado as pestanas falsas e que agora o acessório de moda era “usado de forma comum”. A história é sobre Gerda Puridle, uma alegada prostituta, mas não há qualquer registo que nessa altura tenha existido sequer uma prostituta com esse nome ou que tenha atingido notoriedade suficiente para ser citada 140 anos mais tarde. Na verdade, não há qualquer relação entre a prostituição e a invenção de pestanas falsas. Aliás, a invenção de pestanas é muito anterior e remonta ao antigo Egipto. Era comum que tanto mulheres como homens usassem kohl para escurecer e alongar as pestanas, com o objetivo de as tornar mais vistosas. A patente das pestanas postiças haveria de chegar muitos anos mais tarde, já no século XX. Anna Taylor, uma canadiana, conseguiu em 1911 a patente para pestanas artificiais. A invenção tinha finos cabelos e foi patenteada, mas já antes havia registos de acessórios estéticos semelhantes. Na Alemanha, Charles Nestle — um alter-ego de Karl Nessler — fabricou pestanas postiças no início do século XX e usou a receita da venda desses acessórios para se dedicar à invenção de ondas permanentes. Em 1915, a Nestlé abria em Nova Iorque um salão para permanentes onde publicitava também outra invenção: pestanas falsas. À data, as pestanas eram publicitadas como uma forma de proteger contra o brilho das luzes e, no salão, de acordo com um relato publicado no The New York Times, havia mulheres que piscavam os olhos aos clientes para os aliciar a aplicar a recente invenção da empresa. A patente atribuída a Anna Taylor a 6 de junho de 1911 está disponível nos arquivos e desmente totalmente que tenha sido uma prostituta a criar as pestanas postiças. Na descrição da patente, disponível inclusivamente nos arquivos da Google, fica claro que a “invenção se refere a melhorias nas pestanas artificiais, cujos objetivos são melhorar a aparência pessoal do utilizador, sem acrescentar desconforto e na generalidade disponibilizar em tais artigos um efeito natural a custo reduzido”. “Consiste essencialmente em novos meios usados para projetar pequenos cabelos para fora da pálpebra”, explica-se no relatório que acompanha a patente. Conclusão É falso que tenha sido uma prostituta londrina a criar pestanas falsas em 1882. Além da utilização de acessórios estéticos semelhantes remontar ao antigo Egipto, o primeiro registo oficial é de 1911. A patente foi registada nos Estados Unidos pela canadiana Anna Taylor. Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é: FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.
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