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| - “Ah, mas não se esqueçam que António Costa disse nos debates das rádios que a ‘energia nuclear nunca estará na mesa‘ no que toca ao PS, enquanto financia através da União Europeia o programa de fusão. Incompetência e ignorância da tecnologia e dos próprios gastos públicos”, lê-se no tweet em causa, datado de 10 de fevereiro, em resposta a uma notícia da CNN Portugal sobre uma experiência de processo de fusão nuclear que poderá ser utilizado para produção de energia.
Respondendo a solicitação de leitores, o Polígrafo verifica.
De facto, no debate pré-legislativas transmitido por três rádios (Antena 1, Renascença e TSF), realizado no dia 20 de janeiro, Costa disse que havia “uma linha vermelha inultrapassável” em relação ao Livre, na medida em que no programa do partido de Rui Tavares se encarava “com grande abertura a possibilidade de estudar o recurso à energia nuclear como uma solução para a transição energética”.
“Para nós nunca será possível essa solução“, assegurou então o líder do PS e recandidato a primeiro-ministro.
Tavares respondeu a estas declarações, sublinhando que o Livre é contra a construção de centrais nucleares em Portugal, uma vez que as mesmas são “caras e perigosas” e “as tecnologias existentes de fissão nuclear não fazem sentido no mix de energias” necessárias para combater as alterações climáticas.
No entanto, Tavares esclareceu que “o Livre diz no programa que se deve seguir atentamente o desenvolvimento de novas tecnologias nucleares, incluindo a fusão nuclear – que é uma tecnologia inteiramente diferente e se lá chegarmos, daqui a 10 anos, num grande projeto europeu chamado ITER será inteiramente segura, se funcionar – e outras tecnologias como os chamados micro-reatores que poderão ser mais seguros, mas ainda têm o problema dos resíduos nucleares”.
Recorde-se que o ITER é um projeto que visa construir o maior reator de fusão nuclear experimental do mundo e cujo financiamento, em parte, é suportado pela União Europeia. “Ao participar no ITER, a União Europeia faz investimentos substanciais na indústria europeia. Mais de quatro mil milhões de euros já foram investidos desta forma, o que teve um impacto forte e positivo na economia europeia em termos de produção de crescimento económico e de dinamização do emprego”, informa-se na página da Comissão Europeia dedicada à energia.
Em resposta ao Polígrafo, fonte oficial do PS esclarece que “o plano de investigação não se confunde com o plano da implementação” e que “há vários programas de investigação sobre as tecnologias associadas à energia nuclear, nomeadamente no quadro europeu”. Algo diferente, ressalva a mesma fonte, “é ponderar, nesta fase, qualquer implementação dessa tecnologia“.
“No estado atual, Portugal não equaciona investir na implementação de energia de fusão nem fissão nuclear. Portugal continua empenhado em implementar a sua transição energética, sendo um dos países da Europa com mais fontes de energias renováveis. O Governo acredita que é esse o caminho certo”, remata.
Posto isto, é verdade que Costa afirmou que, na perspetiva do PS, o recurso à energia nuclear não é uma solução para a transição energética, ao mesmo tempo que o Estado português participa no “maior projeto de energia de fusão nuclear do mundo”, o ITER (Reator Experimental Termonuclear Internacional, em português). No entanto, o PS sublinha que o estudo e a implementação de uma tecnologia são questões diferentes e assegura que o Governo não equaciona investir na implementação de energia de fusão nem fissão nuclear.
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Avaliação do Polígrafo:
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