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  • O que estão compartilhando: postagens com fotos de dinheiro e de um avião acompanhadas de legenda que afirmam que o advogado de Adélio Bispo é o dono de uma aeronave onde a Polícia Federal (PF) apreendeu meio milhão de reais. O Estadão Verifica investigou e concluiu que: falta contexto. O advogado Fernando Costa Oliveira Magalhães, ex-defensor de Adélio e dono do avião onde foram apreendidos R$ 583 mil, não estava na aeronave no momento da apreensão, feita pela PF em Belo Horizonte (MG). Quem carregava o dinheiro eram dois passageiros, que fretaram o voo. Magalhães nega ter envolvimento com o dinheiro e com as pessoas que transportavam a quantia. Os passageiros também disseram não ter relação com o advogado. As postagens levam os seguidores a associarem a apreensão da PF à facada desferida por Adélio contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) durante a campanha de 2018. A confusão pode ser percebida em diversos comentários deixados nos posts. Uma mulher afirma que “vamos chegar no mandante” e outra diz que “se fuçar acha quem pagou essa ou mais quantia a esse advogado”. Um terceiro associa o caso ao partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comentando que “se analisar bem, vai achar DNA do PT”, enquanto um quarto questiona: “quem mandou matar Jair Bolsonaro?”. Como informado recentemente pelo Estadão Verifica, a Polícia Federal abriu três investigações sobre o ataque a faca e todas concluíram que Adélio atuou sozinho e motivado por “inconformismo político”. Fernando Magalhães atuou no caso de Adélio em 2018. Desde 2019, a responsável pela defesa de Bispo é a Defensoria Pública da União (DPU), que também exerce a curadoria especial do preso. Magalhães foi alvo de uma operação da PF em junho para investigar uma possível ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), mas a polícia apurou não há nenhuma relação entre a facada conta Bolsonaro e a organização criminosa. Saiba mais: Em 16 de agosto, a Polícia Federal divulgou que realizou nos dias anteriores fiscalização nos hangares do Aeródromo Carlos Drummond de Andrade, na Pampulha, em Belo Horizonte. Os agentes identificaram um voo oriundo de São Paulo com dois passageiros transportando R$ 583 mil em espécie sem comprovação da origem do numerário. Eles foram encaminhados à PF, onde foram ouvidos e o valor apreendido. A foto do dinheiro que aparece nos posts aqui checados foi divulgada no site da polícia. A reportagem procurou a PF em Minas Gerais e em Brasília para questionar se alguém foi autuado por algum crime e se o advogado estava na aeronave, mas a corporação não deu mais detalhes sobre a apreensão. Ao Verifica, Magalhães alegou que não possui qualquer relação com os passageiros que portavam a quantia apreendida no avião. “A aeronave sofreu uma ‘blitz’ de rotina, oportunidade em que se verificou na mala de um dos ocupantes certo valor em espécie. O piloto e o avião estão absolutamente regulares, logo e de pronto foi liberada tanto a aeronave quanto o piloto”, declarou. Ele disse, ainda, que o dono do dinheiro esclareceu à PF não ter qualquer relação com o advogado. O advogado Leonardo Bandeira, que representa os passageiros que estavam no avião, confirmou à reportagem que os clientes negam ter relação com Magalhães. Segundo ele, o voo foi fretado pelos clientes com o piloto da aeronave, sem interferência do dono do veículo. Leia mais: A notícia sobre a propriedade do avião foi divulgada pela Record Minas. À emissora, Fernando Magalhães também negou relação com o valor e disse que não estava na aeronave. Ele acrescentou que o dinheiro pertence a um homem a quem o piloto deu carona no bimotor e que o responsável pelos valores afirmou que as cédulas seriam provenientes da negociação de uma casa. A imagem do avião que é compartilhada nos posts foi divulgada pela Record Minas. Em junho, Fernando Magalhães foi alvo da operação Cafua, da PF, por suspeita de ligação com o PCC. Como noticiado pelo Estadão, a polícia descartou que os delitos investigados tenham relação com o caso de Adélio Bispo. A investigação apura crimes de lavagem de dinheiro e de organização criminosa. Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em Minas Gerais, além de mandados judiciais que determinavam a lacração e a suspensão das atividades de 24 estabelecimentos comerciais e a indisponibilidade de bens de 31 pessoas físicas e jurídicas no montante de R$ 260 milhões.
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