schema:text
| - Ainda que milhões de cidadãos já tenham sido vacinados contra a Covid-19, a internet continua a ser palco de publicações que desafiam esta ferramenta de combate à pandemia. Numa delas, publicada no Facebook a 11 de agosto, lê-se numa notícia que o general David Berger, do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos da América (Marines em inglês), desautorizou e criticou o secretário de Defesa do executivo, Lloyd Austin, liderado por Joe Biden sobre o uso obrigatório de vacinas naquele ramo das Forças Armadas. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa.
Para perceber o que está em causa, convém recuar a cassete dos acontecimentos. Em meados de agosto deste ano, ficou conhecida a vontade — e a imposição — por parte do governo de Biden para tornar as vacinas contra a Covid-19 obrigatórias para as Forças Armadas, ou seja, para todos os militares norte-americanos. Esta decisão aconteceu pouco tempo depois de a agência federal dos EUA, a FDA (Food and Drug Administration), ter dado aprovação total à vacina da Pfizer. Segundo contas da BBC, dos cerca de 2,1 de milhões de pessoas que fazem parte do universo militar norte-americano, 97% já receberam, pelo menos, a primeira dose.
Saltando novamente para esta publicação, esta suposta reação de David Berger à decisão da administração Biden poderia estar em linha com o contexto, mas não. É falsa. Tal como o artigo que foi citado pela publicação. Todas estas informações já foram desmentidas por vários fact-checkers internacionais, do Brasil aos EUA. Por outro lado, os fuzileiros norte-americanos também já vieram garantir ao USA Today que se trata de uma publicação falsa, sendo certo que se trata de uma fabricação de histórias. “O artigo em questão trata-se de uma sátira e não é, de todo, nem factual, preciso”, referiu Andrew Wood, um porta-voz daquele ramo militar das Forças Armadas ao USA Today.
I received my #COVID19 vaccination today. It was great to see many frontline medical workers getting their shot as well. As the vaccine becomes available, I encourage all Marines and their families to get the shot to slow the spread of the virus. pic.twitter.com/nno2FxXDth
— Commandant of the @USMC (@CMC_MarineCorps) December 22, 2020
Por último, se as acusações de David Berger a Lloyd Austin não são reais, a verdade é que o primeiro já se vacinou contra a Covid-19, momento que ficou registado na sua conta oficial de Twitter. Lê-se o seguinte na legenda: “Aconselho todos os Marines e familiares a vacinarem-se para abrandarem a disseminação do vírus”.
Conclusão
Não é verdade que um general dos fuzileiros norte-americanos (Marines em inglês), David Berger, tenha desafiado a decisão da administração de Biden em tornar as vacinas da Covid-19 obrigatórias para os militares dos EUA. Essas declarações nunca aconteceram. Aliás, David Berger já se vacinou e escreveu na sua conta oficial de Twitter que todos os oficiais da Marinha deveriam fazer o mesmo. Aquele corpo das Forças Armadas também desmentiu esta publicação original ao USA Today.
Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
|