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| - “Russo Yuri Gagarin, primeiro a viajar no Espaço, teve suas honras canceladas pela Fundação Espacial. Cremaram o título no forno hi-tech?”, questiona ironicamente um utilizador no Facebook, numa publicação de 19 de março.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro, que se têm multiplicado ações de censura ou cancelamento da cultura russa. O Polígrafo verificou, por exemplo, o anúncio da Universidade de Milão-Biccoca, em Itália, que quis cancelar um curso sobre um dos principais autores da literatura russa, Fiódor Dostoiévski, devido à guerra mas teve de voltar atrás nessa decisão.
De facto, a Fundação Espacial, uma organização norte-americana sem fins lucrativos localizada no Colorado, removeu o nome do astronauta russo de um evento anual de angariação de fundos, que deveria começar a 3 de abril com “A Noite de Yuri“, como acontece há vários anos. Contudo, a organização alterou o nome para “Uma Celebração do Espaço: Descubra o que vem a seguir” e justificou a mudança “à luz dos acontecimentos recentes”, ou seja, a guerra entre a Ucrânia e a Rússia.
No entanto, as publicações que têm circulado extrapolaram esta decisão da organização. Em resposta enviada à plataforma de fact-checking “Politifact“, Rich Cooper, porta-voz da fundação, sublinha que não foram retiradas quaisquer honras do astronauta russo e que este vai ser mencionado no evento. “Tem havido uma campanha de desinformação. Yuri Gagarin vai ser reconhecido e celebrado no nosso programa de 3 de abril, tal como uma série de outros eventos e conquistas notáveis no Espaço”, refere a mesma fonte.
Também em declarações ao jornal “USA Today“, Rich Cooper admite que a fundação retirou a nota do site onde anunciava a alteração para evitar animosidade durante os acontecimentos na Ucrânia: “Sabemos que as emoções estão ao rubro. Não quisemos que ninguém fosse anti-Rússia ou anti-outra coisa qualquer na nossa página.”
A fundação garante ainda que não alterou nenhuma exposição dedicada ou relacionada com o primeiro homem a viajar para o Espaço em 1961, incluindo um busto de Gagarin exposto numa galeria em seu nome.
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Nota editorial: este conteúdo foi selecionado pelo Polígrafo no âmbito de uma parceria de fact-checking (verificação de factos) com o Facebook, destinada a avaliar a veracidade das informações que circulam nessa rede social.
Na escala de avaliação do Facebook, este conteúdo é:
Falso: as principais alegações dos conteúdos são factualmente imprecisas; geralmente, esta opção corresponde às classificações “Falso” ou “Maioritariamente Falso” nos sites de verificadores de factos.
Na escala de avaliação do Polígrafo, este conteúdo é:
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