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| - Na semana em que a produtora de vídeos de comédia “Porta dos Fundos” está no centro de uma polémica no Brasil devido ao filme “Especial de Natal: A Primeira Tentação de Cristo”, sobretudo por causa do retrato satírico de Jesus Cristo como homossexual, propagaram-se nas redes sociais imagens de Fábio Porchat, um dos criadores da produtora em causa, vestindo uma camisola e trazendo aos ombros uma bandeira do Partido dos Trabalhadores (PT).
“Não é nada mais que um PTista atuante e filiado“, denuncia-se na mensagem da publicação viral.
É verdade ou mentira?
A Agência Lupa, plataforma brasileira de fact-checking, analisou as imagens e concluiu que são falsas ou descontextualizadas.
“As imagens do apresentador Fábio Porchat são de um vídeo de humor produzido pelos Porta dos Fundos em abril de 2016 – e não de uma foto da vida real. Naquele ano, Fábio Porchat, Antonio Tabet, Gregorio Duvivier e João Vicente de Castro fizeram uma gravação encenando que o Porta dos Fundos tinha uma relação direta com o PT, a CUT, o MST e o próprio ex-presidente Lula da Silva”, esclarece-se no artigo.
“Também é falso que Porchat seja filiado ao PT do Rio de Janeiro. Essa informação pode ser conferida no banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral. Contudo, seu pai, Fábio Ferrari Porchat de Assis, é filiado ao PV e já foi deputado estadual em São Paulo”, acrescenta-se. “Essa informação começou a circular após o lançamento do filme ‘A Primeira Tentação de Cristo‘, um especial de Natal do Porta dos Fundos feito para a plataforma Netflix. A sinopse do filme diz que ‘Jesus está fazendo 30 anos e traz um convidado surpresa para conhecer a família'”.
No dia 12 de dezembro, a Agência Lusa noticiou que uma petição online contra o filme “Especial de Natal: A Primeira Tentação de Cristo”, exibido na plataforma Netflix, já contava com mais de um milhão de assinaturas. O filme, de 46 minutos, protagonizado pelos humoristas brasileiros Gregorio Duvivier e Fábio Porchat, não agradou a grupos religiosos, que criticaram a temática abordada. A petição entretanto já tem mais de dois milhões de assinaturas.
Mais recentemente, o deputado federal (membro da câmara baixa do Congresso) Júlio Cessar Ribeiro escreveu nas suas redes sociais que encaminhou um ofício ao ministro da Justiça do Brasil, Sérgio Moro, solicitando “apuração e representação criminal” contra os humoristas do Porta dos Fundos. O parlamentar alega que os humoristas violaram o artigo 208 do Código Penal brasileiro ao “vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso“.
Na Assembleia Legislativa do estado brasileiro de São Paulo o caso gerou um pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), um instrumento legal que dá aos parlamentares o direito de investigar um facto que seja muito importante para a vida pública e para a ordem constitucional, legal, económica ou social do país. O pedido para iniciar uma CPI e investigar os humoristas do Porta dos Fundos partiu de três deputados do Partido Social Liberal (PSL) e Republicanos, siglas conservadores que reúnem apoiantes de direita.
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Avaliação do Polígrafo:
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