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| - É falso que um estudo conduzido pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) constatou a presença de agrotóxicos no arroz orgânico da marca Terra Livre Agroecológica, produzido por assentados do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), como afirmam publicações nas redes. O relatório do Larp (Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas) conclui na verdade justamente o contrário: que não havia resíduos de produtos químicos nas amostras do produto.
Publicações que fazem a alegação enganosa acumulavam 5.000 compartilhamentos no Facebook e ao menos 20 mil visualizações no TikTok até a tarde desta sexta-feira (5). O conteúdo também circula no WhatsApp, plataforma em que não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).
Arroz orgânico do MST é fake
Um vídeo que circula nas redes distorce os resultados de um estudo conduzido pelo Larp da UFSM para alegar que foram encontrados pesticidas no arroz orgânico produzido por assentados do MST. A conclusão do estudo, no entanto, é que não foram encontrados quaisquer traços de agrotóxicos no alimento da marca Terra Livre Agroecológica.
Em nota publicada no site da universidade, o laboratório desmentiu as alegações da peça de desinformação e afirmou que a análise do produto foi, inclusive, ratificada em um ofício do Ministério da Agricultura e Pecuária, que também não encontrou traços de pesticidas nas amostras. O MST também publicou nota rechaçando as alegações feitas pelos posts enganosos.
O autor do vídeo desinformativo é o vereador de Porto Alegre Ramiro Rosário (PSDB), que fez as alegações em discurso na Câmara Municipal da capital gaúcha. Na gravação, o político alega que o Larp identificou que “em 54 insumos de componentes que são utilizados em defensivos agrícolas há mais que o dobro do mínimo detectável”, o que é falso. No dia 29 de abril, Rosário foi notificado pela Justiça do Paraná a apagar o conteúdo mentiroso de suas redes, sob pena de multa diária de R$ 10 mil.
Outro lado. Procurado por Aos Fatos, o vereador Ramiro Rosário informou em nota que uma liminar judicial o impede de se pronunciar sobre o assunto: “Fui proibido de comentar sobre o assunto até que o processo seja concluído, sob pena de multa, o que inclui, igualmente, apresentar publicamente as provas que corroboram as minhas alegações. Ao contrário do MST, cumpro decisões judiciais”.
Esta reportagem foi atualizada às 12h36 de 9.mai.2023 para incluir o posicionamento do vereador Ramiro Rosário.
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