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  • É um dos maiores mitos urbanos postos a correr nas redes sociais, onde tem milhares de partilhas: não há registos de mortes de chineses residentes em Portugal. Como sucede com todos os mitos, este é susceptível de ser interpretado com uma imaginação suplementar, dependendo de quem o partilha. Há quem diga que os cadáveres são enterrados secretamente; quem garanta que os corpos são desmembrados ou quem defenda que os mortos são ocultados para que os documentos possam ser usados por imigrantes ilegais”. Este é o mito. Agora a realidade: De acordo com dados do INE, desde o ano de 2010 foram registados os seguintes óbitos de cidadãos chineses residentes em Portugal: - 2010: 10 - 2011: 9 - 2012: 13 - 2013: 11 - 2014: 8 - 2015: 13 - 2016: 5 - 2017: 13 - 2018: 11 Ou seja: confirma-se – morrem, afinal, cidadãos chineses em Portugal, onde a sua comunidade é hoje constituída por cerca de 23 mil pessoas, também segundo o INE. A razão pela qual se regista um número baixo de óbitos de cidadãos chineses em Portugal é de natureza cultural. Francisco Moita Flores, que muitos portugueses conhecem como ex-presidente da Câmara Municipal de Santarém, é também um historiador e estudioso sobre a forma como se lida com a morte nas sociedades orientais. O ex-político explicou ao Polígrafo que este número é justificado pelo facto de os orientais terem uma grande ligação às suas raízes. “Quando sentem que estão a chegar à fase final das suas vidas, por velhice ou por padecerem de um problema de saúde potencialmente mortal, voltam à terra onde nasceram. No quadro oriental, a terra é encarada como a raiz da alma daquelas pessoas. No Oriente, um morto faz parte da família como se estivesse vivo”, diz o também criminologista. O Presidente da Liga dos Chineses em Portugal, Yping Chow, confirmou que é habitual os chineses regressarem ao país de origem, embora também existam casos em que isso não sucede: “Os chineses que têm família cá morrem em Portugal e aqui são cremados e sepultados”, afirmou ao Polígrafo. Avaliação do Polígrafo:
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