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| - Um vídeo em que Héctor Manuel Coronado Flores, que foi juiz do TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) da Venezuela entre 2005 e 2015, é hostilizado ao passear em um shopping na Flórida, nos EUA, em 2020, circula nas redes sociais como se ele fosse ministro de Finanças do presidente Nicolás Maduro (veja aqui). Na época da filmagem, o titular da pasta era Simón Zerpa, que não tem semelhança física com Coronado Flores. Atualmente, o cargo é ocupado pela vice-presidente do país, Delcy Rodríguez.
Posts com a atribuição enganosa reuniam ao menos 9.000 compartilhamentos no Facebook até a tarde desta segunda-feira (28) e foram marcados com o selo DISTORCIDO na ferramenta de verificação da plataforma (saiba como funciona).
Ministro das Finanças de Maduro, fazendo compras nos EUA é reconhecido por um venezuelano em Miami. Socialismo para você, capitalismo para mim
O homem que aparece em um vídeo passeando no shopping The Florida Mall, em Orlando, nos Estados Unidos, não é o ministro das Finanças da Venezuela, mas o ex-juiz da Sala de Cassação Penal do TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) daquele país, Héctor Manuel Coronado Flores. Em 2020, quando as imagens foram gravadas, o ministério era chefiado por Simón Zerpa. Desde setembro, a vice-presidente Delcy Rodríguez é a titular da pasta.
O vídeo foi originalmente divulgado por José Antonio Colina, um ex-militar venezuelano exilado em Miami, e fundador da Veppex — ONG que busca acolher, auxiliar e orientar os venezuelanos que buscam um novo começo em outros países — em 3 de janeiro de 2020.
Na época, veículos de imprensa latino-americanos também repercutiram a gravação, a exemplo do Diario Las Americas, La República e El Pitazo.
Na gravação, o autor do vídeo, não identificado por Aos Fatos, cita o nome de Coronado, diz que ele cometeu atos ilícitos quando era magistrado da Corte e o xinga algumas vezes, afirmando que ele é um “chavista criminoso”. Uma mulher o defende, dizendo que ele apenas exerceu a função que lhe cabia.
Coronado Flores ocupou o cargo de juiz do TSJ entre 2005 e 2015. Ele foi nomeado quando o ex-presidente Hugo Chávez ampliou o número de juízes da corte. Recaem sobre o ex-magistrado acusações de ter emitido sentenças desfavoráveis a opositores do regime bolivariano (confira aqui e aqui) e de ter se aposentado antes do prazo regulamentar de doze anos. A aposentadoria foi decorrente de uma pressão do governo para que 13 juízes, incluindo ele, se aposentassem para que outros ocupassem as vagas.
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