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| - De um lado da tabela, o antigo primeiro-ministro Pedro Passos Coelho e também Rui Rio (não se entende a inclusão do segundo, na medida em que liderou o PSD entre 2018 e 2022, sem qualquer responsabilidade ao nível governamental), com os dados referentes a 2015, último ano do Governo de coligação PSD/CDS-PP, a saber: 505 euros de salário mínimo nacional, 12,4% de taxa de desemprego, 7.874 milhões de euros em transferências para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e 1,5% de crescimento económico.
Do outro lado da tabela, o atual primeiro-ministro António Costa (que assumiu o cargo pela primeira vez em novembro de 2015), com os dados referentes ao presente ano de 2022, a saber: 705 euros de salário mínimo nacional, 6,1% de taxa de desemprego, 11.126 milhões de euros em transferências para o SNS e 5,8% de crescimento económico.
“Tão simples”, comenta-se numa das publicações desta imagem nas redes sociais, datada de 12 de novembro.
Simples ou não, os dados indicados estão corretos? O Polígrafo verifica.
Começando pelo salário mínimo nacional, de facto, passou de 505 euros em 2015 para 705 euros em 2022, perfazendo assim um aumento global de 39,6%. E no próximo ano, 2023, voltará a subir para 760 euros. Ou seja, mais 255 euros do que em 2015, perfazendo um aumento global de cerca de 50,5%.
No entanto, em termos reais, o aumento exponencial da taxa de inflação em 2022 acabará por neutralizar uma parte considerável desse incremento do valor nominal do salário mínimo desde 2015.
Quanto à taxa de desemprego, baixou de 12,9% em 2015 para 6,6% em 2021, de acordo com os dados compilados pela Pordata e Instituto Nacional de Estatística (INE). Mais recentemente, o INE informou que “no 3.º trimestre de 2022, a população empregada (4.929,1 mil pessoas) aumentou 0,6% (27,3 mil) em relação ao trimestre anterior e 1,0% (51,0 mil) relativamente ao trimestre homólogo. A taxa de desemprego foi estimada em 5,8%, valor superior em 0,1 p.p. ao do 2.º trimestre de 2022 e inferior em 0,3 p.p. ao do 3.º trimestre de 2021″.
Em novembro de 2015, o mesmo INE tinha apurado que “a taxa de desemprego no 3.º trimestre de 2015 foi de 11,9%. Este valor é igual ao do trimestre anterior e inferior em 1,2 pontos percentuais (p.p.) ao do trimestre homólogo de 2014″.
Apesar das ligeiras discrepâncias nos valores indicados, o facto é que a taxa de desemprego baixou para cerca de metade na comparação entre 2015 e 2022.
No que concerne às transferências para o SNS, de acordo com os dados compilados na página da Direção-Geral do Orçamento (DGO), no âmbito do Orçamento do Estado para 2015 foi executado um valor total de 7.877,5 milhões de euros referente a transferências para o SNS.
Entretanto, no Orçamento do Estado para 2022, as dotações específicas para o setor da Saúde incluem um valor total de 11.011,0 milhões de euros em transferências para o SNS. Ou seja, entre 2015 e 2022 registou-se um aumento de quase 40% no valor das transferências para o SNS, embora em 2022 ainda não se saiba qual o valor realmente executado.
Por fim, o crescimento económico: ao nível da taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB), em 2015 verificou-se um aumento de 1,79%, ao passo que em 2021 registou-se um aumento de 5,48%.
No presente ano de 2022, a última estimativa do Banco de Portugal aponta para um crescimento ainda mais elevado: “A economia portuguesa cresce 6,7% em 2022, continuando a beneficiar da recuperação do turismo e do consumo privado. A evolução da atividade ao longo do ano é marcada pela recuperação do nível pré-pandemia no primeiro trimestre e por um abrandamento posterior, que se traduz numa relativa estabilização do PIB”.
Mais uma vez, apesar das ligeiras discrepâncias nos valores indicados, confirma-se que o crescimento económico em 2022 supera largamente o que tinha sido apurado em 2015.
Aliás, o aumento de 2021 foi o mais elevado desde 1990, sublinhe-se, mas importa ressalvar que a diminuição de 2020 (-8,25%) foi a mais acentuada desde a década de 1950.
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Avaliação do Polígrafo:
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