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  • Um vídeo divulgado nas redes sociais mostra um soldado a chorar e a ser apoiado por colegas militares. Nas várias descrições partilhadas, uma ideia: trata-se de elementos do exército russo que se recusam a atacar Kiev, a capital da Ucrânia, durante o conflito que decorre desde 24 de fevereiro, o dia em que a Rússia invadiu território ucraniano. Apesar de as imagens em causa estarem a ser partilhadas como recentes e como pertencentes à guerra na Ucrânia, estas são informações falsas. O vídeo partilhado como sendo de um soldado russo é, afinal, o excerto de um documentário intitulado “Trincheiras do Deserto” e que estreou no dia 8 de julho de 2017 — quase cinco antes da invasão russa à Ucrânia. O filme em causa, da autoria do fotógrafo e documentarista Gabriel Chaim, mostra sete meses de operações militares no Curdistão iraquiano, em que os soldados do país reconquistaram as cidades invadidas pelo Estado Islâmico. O excerto que está agora a ser partilhado como sendo de soldados russos é o momento em que um soldado curdo recebe a notícia da morte do melhor amigo. No vídeo original, esta ocasião é relatada por Gabriel Chaim: “Testemunhei um momento dramático na retomada de Bashiqa, um soldado desesperado pela perda do melhor amigo, atingido por um atirador do Estado Islâmico.” Já no vídeo que foi partilhado nas redes sociais, a voz usada no documentário é substituída pela música música “Love Me Like You Do”, de Ellie Goulding. Além das evidências, se o vídeo for visto até ao fim, é possível ver bandeiras do Curdistão iraquiano (e não russas) nos tanques filmados. Mais uma prova de que se trata de uma informação falsa. Conclusão É falso que o vídeo partilhado nas redes sociais mostre um soldado russo emocionado, recusando-se a invadir a capital ucraniana. As imagens em causa são de um documentário de 2017 que retrata operações militares no Curdistão iraquiano no momento em que foram reconquistadas cidades que estavam nas mãos do Estado Islâmico. Como tal, as imagens foram manipuladas, foi apagada a descrição do autor do documentário e colocada uma música para que parecesse um momento diferente do real. O vídeo mostra soldados curdos e não russos e é ainda possível confirmá-lo no fim do vídeo, onde se veem bandeiras do Curdistão iraquiano. Assim, segundo a classificação do Observador, este conteúdo é: ERRADO No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é: FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos. NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de factchecking com o Facebook.
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